Neste sábado (21), o Ministério da Saúde anunciou pretende distribuir
10 milhões de testes rápidos aos Estados e Distrito Federal, com o
objetivo de ampliar o número de pacientes testados para o novo
coronavírus no Brasil. Trata-se de recomendação da própria Organização
Mundial da Saúde (OMS), que defende a ampla testagem da população.
Por conta da falta de testes disponíveis atualmente no sistema de
saúde brasileiro, apenas os casos considerados graves tem sido testados,
o que impossibilita que casos com sintomas leves, ou assintomáticos,
recebam algum tipo de confirmação, prejudicando até mesmo as
estatísticas do avanço do COVID-19 no País. Com a aquisição dos testes
rápidos, a pasta de Luiz Henrique Mandetta visa aumentar o escopo de
verificação.
Segundo o secretário de Vigilância, Wanderson Oliveira, primeiro será
distribuído aos entes estaduais um carregamento com 5 milhões de testes
rápidos, que devem chegar ao Brasil em até oito dias. Nas próximas
semanas, a ideia do ministério é ampliar o número para 10 milhões de
kits de testagem, avaliados a R$ 75 cada. De acordo com Wanderson, a
pasta está em negociação com empresas como a mineradora VALE para que os
testes sejam conseguidos por meio de doação.
“A previsão é que a aquisição seja por meio de uma doação ou por
uma compra direta do ministério, a depender da capacidade operacional.
Nós estamos buscando todos os meios para disponibilizar aos brasileiros
os testes mais eficientes e com o melhor custo benefício”, explicou Wanderson, acrescentando: “É importante lembrar que há uma escassez de testes no mundo”.
Os testes serão utilizados primeiro em profissionais de saúde e,
segundo o secretário, serão enviados para Unidades Básicas de Saúde
(UBSs). Além disso a perspectiva, disse, é de implantar um sistema
similar ao da Coreia do Sul, “usando um drive-thru de testes em alguns centros para aumentar a testagem“.
Com os testes rápidos, a verificação será feita por meio de uma gota
de sangue, como uma aferição de glicemia realizada por diabéticos,
permitindo que o resultado saia em minutos. Atualmente, os testes
disponíveis da rede pública são do tipo laboratorial, que analisa muco e
saliva, e dependem de processamento por técnicos, o que pode levar
dias.
O Governo recebeu muitas críticas por seu protocolo de testar apenas
doentes já em estado grave. Há uma preocupação de que isso leve a uma
sub-notificação do vírus, e também eleve a taxa relativa de mortalidade.
Neste sábado, a contagem de casos no Brasil chegou a 1128 confirmados e
18 mortos, sendo 15 em São Paulo e 3 no Rio de Janeiro. O ministro
Mandetta já admitiu que esse número pode ser ainda maior.
O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, recomendou a Países que sejam feitos testes em todos os casos suspeitos. “Não
se consegue combater um incêndio com os olhos vendados, você não
consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado”, afirmou. “Teste, teste, teste. Teste todo caso suspeito. Se for positivo, isole e descubra de quem ele esteve próximo”, orientou.
FolhaSP
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