Mourão deu a declaração ao conceder uma entrevista por videoconferência sobre ações do Conselho Nacional da Amazônia Legal.
Durante a entrevista, ele foi questionado sobre o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta (24), no qual Bolsonaro pediu a "volta à normalidade" em meio à pandemia do coronavírus, o fim do "confinamento em massa" e afirmou que os meios de comunicação espalharam "pavor".
"A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só: o isolamento e o distanciamento social", afirmou Mourão.
Para Mourão, "pode ser" que Bolsonaro "tenha se expressado de uma forma que não foi a melhor".
O vice-presidente da República declarou ainda que Bolsonaro está, "por
enquanto", dentro da política sugerida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Repercussão
Logo após o pronunciamento do presidente da República ter ido ao ar, o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que a fala de Bolsonaro foi "grave" e que o país precisa de uma "liderança séria".
"Neste momento grave, o país precisa de uma liderança séria,
responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população.
Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República
hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao
Covid-19", afirmou Alcolumbre.
Em seguida, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o pronunciamento foi "equivocado" e que os brasileiros precisam seguir as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união.
O pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os
governadores e especialistas em saúde pública", publicou Rodrigo Maia em
uma rede social.
Dados do coronavírus
De acordo com o Ministério da Saúde, até a tarde desta quarta-feira, o Brasil registrou 57 mortes e 2.433 casos confirmados de covid-19, a doença provocada pelo coronavírus.
Conforme a OMS, também até a tarde desta quarta, foram registrados no
mundo 416.686 casos confirmados de coronavírus, com 18.589 mortes, em
197 países.
Governadores
Pelo menos 25 dos 27 governadores informaram nesta quarta que vão
manter regras de isolamento. Essas ações são recomendadas por
autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo Mourão, o ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto,
comandará nesta quinta-feira (26) uma reunião cujo objetivo será definir
um "planejamento comum" diante das diferentes legislações dos estados
sobre isolamento.
"Amanhã de manhã, o ministro Braga Netto [...] estará realizando uma
reunião com os representantes dos ministérios e também ouvindo os
governadores dos estados para que se defina um planejamento comum,
restrições comuns, de modo que seja assegurado em todo o Brasil o fluxo
logístico", explicou.
Para o vice-presidente, é necessário o transporte de itens como
remédios, vacinas e testes para diagnóstico da Covid-19 nas regiões do
país. Sobre o atrito entre governadores e Bolsonaro, Mourão disse que "isso
faz parte da política". Segundo ele, existe um ambiente de "cooperação"
entre os governos federal e estaduais e que esta reunião da Casa Civil
vai alinhar os decretos dos governadores. G1
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