O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu desculpas nesta
quarta-feira (1º) por ter compartilhado mais cedo em suas redes sociais
um vídeo em que um homem aparece no Ceasa (Central de Abastecimento) de
Belo Horizonte e relata uma situação de desabastecimento.
"Quero
me desculpar, não houve a devida checagem do evento. Pelo o que parece
aquela central de abastecimento estava em manutenção. Quero me desculpar
publicamente, foi retirado o vídeo rapidamente. Acontece, a gente erra
na notícia. Eu tenho a humildade de me desculpar sobre isso", declarou o
presidente, em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV
Bandeirantes.
No final da manhã a assessoria de imprensa da
Ceasa informou que não há desabastecimento e que o movimento está
normal, mesmo durante a crise do coronavírus. Em um dia de grande
circulação, passam pela central de abastecimento 70 mil pessoas, de
acordo com a administração. No dia em que o homem do vídeo compartilhado
por Bolsonaro afirma ter feito a gravação, a Ceasa disse que o
movimento estava normal desde as 4h.
"A CeasaMinas esclarece que
não há qualquer desabastecimento em seus entrepostos, em razão do
coronavírus (Covid-19). A empresa reafirma que têm sido mantidas todas
as atividades necessárias à comercialização das mercadorias nas suas
seis unidades do Estado (Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Governador
Valadares, Caratinga e Barbacena)", informou a central em nota.
Depois
que o desmentido começou a circular nas redes sociais, Bolsonaro apagou
a publicação que havia feito no Twitter, no Instagram e Facebook.
Acompanhando
o vídeo, Bolsonaro postou três frases. "Não é um desentendimento entre o
Presidente e ALGUNS governadores e ALGUNS prefeitos..", diz o
presidente. "São fatos e realidades que devem ser mostradas", prossegue.
"Depois da destruição não interessa mostrar culpados", conclui o
presidente.
"Para você que falou, depois do discurso do
presidente, que economia não tinha importância, que importante eram
vidas, dá uma olhada nisso aí. Pois é, fome, desespero, caos também
matam", diz o homem no vídeo compartilhado por Bolsonaro.
"A
culpa disso aqui é dos governadores porque o presidente da República
está brigando incessantemente para que haja uma paralisação responsável.
Não paralisar todos os setores, quem não é do grupo de risco voltar a
trabalhar, ok?", afirma o homem, que fala em "governadores querendo
ganhar nome e projeção política a custa do sofrimento da população".
No
final da tarde, em entrevista à imprensa, a ministra da Agricultura,
Tereza Cristina, disse que não há hoje risco de desabastecimento de
alimentos no país e afirmou não ter informação sobre uma eventual falta
de produtos em feiras e mercados.
"Hoje temos abastecimento em
todas as capitais do país. E não temos nenhuma notícia de que esteja
faltando qualquer tipo de alimento nas prateleiras dos mercados",
afirmou. otempo
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