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terça-feira, 21 de abril de 2020

Mandetta usa escravidão para explicar críticas ao isolamento: 'Só quem está gritando é a Casa Grande'

Para o ex-ministro da SaúdeLuiz Henrique Mandetta, as críticas às medidas de distanciamento social vêm, prioritariamente, das classes mais abastadas do país. Nesta terça-feira, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o antigo chefe da saúde federal relacionou o passado escravocrata brasileiro às reações contrárias ao isolamento social.

Só quem está gritando é a Casa Grande, que está vendo o dinheiro do engenho cair. A Casa Grande arrumou o quarto dela, a despensa está cheia. Tem o seu próprio hospital. Ela lamenta muito o que está acontecendo, mas quer saber quando o engenho vai voltar a funcionar”, disse, em tom de comparação.

Na visão de Mandetta, as reações à doença são fruto das heranças culturais inerentes à história brasileira.

“O componente indígena pesou quando tem uma doença, os indígenas vazam para o meio do mato porque sabem que o contágio pode ser devastador. Então, a nossa parte indígena vazou. A nossa herança negra, africana, era obrigada a trabalhar, mesmo doente. Registra que é preciso trabalhar —mas exige segurança, proteção. ‘Opa, estou desprotegido!’ Ele foi e se auto-cuidou. As pessoas estão criando mecanismos para se cuidar”, destacou.

Abraço na despedida

O ex-ministro sofreu diversas críticas por permitir ser abraçado por uma servidora do Ministério da Saúde durante seu último dia na sede da pasta, em Brasília. À Folha, ele reconheceu o erro.

“Na despedida, a gente escolheu um para dar abraço em nome de todos. Todo mundo queria me abraçar. Os funcionários choravam, foi uma comoção. Escolhemos uma delas para me dar o abraço em nome de todos. Mas está errado. Totalmente errado", salientou, admitindo a necessidade das repreensões sofridas.

A saída dele do cargo foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última quinta-feira. O escolhido para substituí-lo foi Nelson Teich.   

Livro

Mandetta é deputado federal licenciado — foi eleito parlamentar pelo Mato Grosso do Sul. Filiado ao DEM, ele diz que pretende escrever um livro sobre as vivências acumuladas no enfrentamento à pandemia. O ex-ministro diz que não pretende abordar temas políticos na obra, mas sim dificuldades enfrentadas pela saúde brasileira desde o início do surto da infecção.

Como exemplo, ele citou a empresa chinesa que desistiu de vender respiradores a estados do Nordeste. A operação foi cancelada quando os equipamentos estavam no Aeroporto de Miami, nos Estados Unidos, aguardando transferência para o Brasil.
 EM

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