Uma aliança de países que defendem posturas conservadoras começou a ser
costurada pelo governo brasileiro a fim de influenciar a agenda de
direitos humanos e modificar a forma pela qual assuntos como educação
sexual e gênero têm sido tratados nos últimos 25 anos na ONU
(Organização das Nações Unidas), OMS (Organização Mundial da Saúde) e
outros organismos internacionais, além de resgatar valores.
A ministra de Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, fez um apelo semana passada, em Budapeste, por adesões à iniciativa. Segundo o jornalista Jamil Chade
(UOL), Damares aproveitou sua participação em um evento sobre
“demografia” organizado por Viktor Orbán, o líder nacionalista e
conservador húngaro, para convocar os governos a formar um grupo de
“amigos da família”.
Damares afirmou que seu objetivo na ONU seria “defender e resgatar os
valores que alguns setores tendem muitas vezes a ignorar”, momento em
que seu discurso foi aplaudido por parte dos presentes no evento.
A ministra, durante sua apresentação, indicou que estava
representando “um homem incrível que quer trazer o Brasil ao mundo como
um país pró-família e pró-vida” –referência a Jair Bolsonaro (PSL).
“Agora o Brasil é uma nação pro-família”, definiu.
Em seu breve discurso – dez minutos, ao todo –, a ministra defendeu
que o governo tem feito o possível para defender a família e reforçou
que o Brasil dirá “um não sonoro contra a ideologia de gênero”.
O Governo Bolsonaro tem levado a sério pautas conservadores e buscado
a valorização da família e a defesa da criança, entre outros temas que
foram sufocados por governos progressistas nos últimos anos.