O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) avalia adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
devido à crise causada pelo novo coronavírus. As propostas estudadas
falam em pelo menos 15 dias de adiamento da data, mas o prazo deve
variar de acordo com a duração de medidas de isolamento que impuseram a
suspensão de aulas em todo país. Inicialmente, o exame seria aplicado
digitalmente nos dias 11 e 18 de outubro, e no modelo tradicional nos
dias 1° e 8° de novembro.
Em discussões internas há quem defenda o adiamento de pelo menos 20
dias. A análise é de que como o exame tem a intenção de avaliar o ensino
médio não faria sentido aplicá-lo na data prevista uma vez que o
cronograma das escolas estaria atrasado e o conteúdo completo não teria
sido ministrado aos alunos. Embora as discussões no Inep caminhem para o
adiamento da prova, a decisão final será do ministro da Educação,
Abraham Weintraub.
O edital deve ser finalizado até o final deste mês. A equipe responsável
pela prova está trabalhando para que licitações e outros processos
relativos à prova não sejam prejudicados pela quarentena, mas já admite
que a paralisação de atividades em todo o Brasil terá sim impacto nos
prazos do exame. Não só a aplicação da prova seria adiada, mas os
técnicos estudam mudança no cronograma de inscrições e solicitação de
isenção. Potencializar o uso do Enem digital também não faria diferença
já que as provas também seriam feitas com aglomeração de estudantes e
ainda não há estrutura disponível para que todos os candidatos façam o
Enem nesse formato.
A avaliação no órgão é que do jeito que a situação está não é possível
manter as datas estabelecidas no ano passado. A hipótese de que o exame
deste ano acabe ficando para 2021 também não é descartada. De qualquer
maneira, a equipe analisa os possíveis impactos da decisão também no
cronograma do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza a nota do
Enem para o ingresso nas universidades.
FONTE: O GLOBO entrou em contato
com a assessoria de comunicação do Inep para questionar o órgão sobre as
medidas estudadas para o Enem, mas não obteve resposta.