Em entrevista hoje à rádio Jovem Pan, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou não cogitar a possibilidade de renunciar ao cargo mesmo frente a pedidos de impeachment da oposição.
"Da
minha parte, a palavra 'renúncia' não existe", disse o presidente.
"Fico feliz por estar na frente de um problema grande como esse. Fico
pensando se tivesse o outro que ficou em segundo lugar aqui", disse, em
referência ao candidato Fernando Haddad (PT), derrotado no segundo turno
das eleições de 2018.
"A questão do impedimento, há uma série
de regras. Se você ferir, você entrar na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Isso é uma preocupação muito grande da nossa parte", acrescentou.
À rádio, Bolsonaro lembrou problemas que Michel Temer enfrentou também na Presidência da República, que o ameaçaram no cargo.
"O governo dele estava indo bem, mas o governo dele se acabou. Mas até aquele episódio da gravação (de Joesley Batista em maio de 2017), estava indo muito bem", afirmou, assegurando ter apoio de deputados federais.
"Não temos uma maioria na Câmara, mas temos uma quantidade de parlamentares [apoiadores] que está crescendo."
Na entrevista, Bolsonaro citou os desgastes políticos que sofre na Presidência e deixou claro: não tem vida fácil.
"A
questão política, tenho que me abstrair dela. Porque minha vida não é
fácil, não é fácil governar um país como esse com tantas coisas que te
atrapalham", declarou.
Medidas Provisórias
Também na
entrevista, Bolsonaro anunciou ter assinado hoje quatro Medidas
Provisórias para reforçar a situação econômica do país frente à pandemia
do novo coronavírus. Ao todo, elas somam R$ 174 bilhões.
Na
lista, Bolsonaro citou uma MP de R$ 9 bilhões para a compra de
materiasi de saúde; uma de R$ 16 bilhões para o Fundo de Participação
dos Estados (FPE) e para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
uma de R$ 51 bilhões que chamou de "Medida Provisória Trabalhista", para
"atender ao micro e ao pequeno empresário para ele manter o pessoal
empregado"; e uma de R$ 98 bilhões, sancionada ontem, com créditos de R$
600 para trabalhadores informais.
"A receita deles (governadores e
prefeitos) caiu muito. Agora, teve governador que exagerou, foi além do
necessário no meu entendimento e está pagando um preço altissimo, e
dizer para eles: o Governo não tem como bancar isso por muito tempo",
disse Bolsonaro, prometendo "compensar as perdas de arrecaçaão dos
ultimos 30 dias". uol