Após reunião pela manhã com os chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário a fim de buscar soluções para conter o agravamento da crise da Covid, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL),
disse na tarde desta quarta-feira (24) que os "remédios políticos" no
Congresso contra a "espiral de erros" no combate à pandemia são
"conhecidos", "amargos" e alguns, "fatais".
Sem mencionar um eventual processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro,
Lira ressalvou que a aplicação desses "remédios" não é a intenção dele —
a abertura de um processo de impeachment depende de decisão do
presidente da Câmara.
O deputado disse que estava "apertando o sinal amarelo" e citou "erros
primários, desnecessários e inúteis" de governos, sem especificar o alvo
da crítica.
"Eu aqui não estou fulanizando. Dirijo-me a todos que conduzem os
órgãos diretamente envolvidos no combate à pandemia — o Executivo
federal, os executivos estaduais e os milhares de executivos municipais
também”, disse.
No discurso, Lira afirmou que “também não é justo descarregar toda a
culpa de tudo no governo federal ou no presidente” e que “não é hora de
tensionamentos”.
"Quero deixar claro que não ficaremos alienados aqui, votando matérias
teóricas como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no
noticiário. Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser
enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo
legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui,
erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que que são
muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem
praticados", declarou.
No início do discurso, sem citar os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo,
e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Lira disse que pandemia "é vacinar,
sim, acima de tudo", mas que é preciso ter "boas relações diplomáticas"
e "esforços na área do meio ambiente".
"Para vacinar, temos de ter boas relações diplomáticas, sobretudo com a
China, nosso maior parceiro comercial e um dos maiores fabricantes de
insumos e imunizastes do planeta. Para vacinar, temos de ter uma
percepção correta de nossos parceiros americanos e nossos esforços na
área do meio ambiente precisam ser reconhecidos, assim como nossa
interlocução", declarou.
Ainda segundo Lira, medidas como a abertura de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) devem ser evitadas.
"Mas isso não depende apenas desta Casa. Depende também - e sobretudo -
daqueles que fora daqui precisam ter a sensibilidade de que o momento é
grave, a solidariedade é grande, mas tudo tem limite, tudo. E o limite
do parlamento brasileiro, a Casa do Povo, é quando o mínimo de sensatez
em relação ao povo não está sendo obedecido."
O presidente da Câmara também defendeu que, por duas semanas, a Casa vote apenas temas de combate à pandemia.
G1