Uma iniciativa controversa de fiéis de uma denominação evangélica no
Rio de Janeiro tem misturado uma tentativa de adivinhar a data da volta
de Jesus com vandalismo: muros, calçadas e pontos de ônibus têm sido
pichados com a mensagem “Bíblia sim, Constituição não. Jesus voltará em
2070”.
Aproximadamente 200 fiéis da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo
têm se empenhado no “comunicado” da volta de Jesus daqui a pouco mais de
50 anos. As pichações, feitas com moldes e spray, já consumiram mais de
dois mil tubos de tinta nas cores amarela, vermelha e preta.
As pichações vêm sendo feitas nas zonas norte, sul e oeste da
capital, em áreas como o calçadão do Largo da Carioca, saída do metrô
Uruguai, passarela do Maracanã, Museu da República, Catete, e outros
pontos, assim como nas regiões Serrana e dos Lagos.
“Péssimo exemplo. Quem segue Deus não precisa sujar vias públicas”,
criticou auxiliar de escritório Jefferson Cabral, ouvido pela reportagem
do jornal Extra.
A Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo já havia atraído holofotes
da mídia em agosto do ano passado, quando os fiéis organizaram uma
passeata em protesto aos muçulmanos,
referindo-se a eles como “assassinos”, “pedófilos” e “terroristas”. Na
ocasião, formadores de opinião acusaram o líder da denominação, pastor
Tupirani da Hora Lores, de promover intolerância religiosa, e ele
terminou preso.
A sede da denominação fica no Morro do Pinto, em Santo Cristo, e
exibe uma placa “Templo pós-prisão”, com duas mãos algemadas em prece.
Essa mensagem é uma referência ao período de 18 dias que Hora Lores
passou preso em 2009, acusado, também, de intolerância religiosa, por
ter publicado vídeos com críticas a outras religiões.
Condenado a pagar dez salários mínimos a uma instituição de caridade e
a prestar serviços comunitários, o pastor continua enfrentando
problemas legais, e recentemente o STF negou um pedido de trancamento da
ação penal feito por sua defesa.
Sobre as pichações, que são feitas na madrugada, o pastor garante que
“ninguém quer se esconder”: “Não estamos escondendo nada. Se apagarem,
picharemos de novo. Se nos prenderem, quem tiver solto vai continuar”,
avisou.
A empresa de limpeza urbana do Rio de Janeiro, Comlurb, prometeu
remover as pichações e multar os pichadores que forem flagrados durante
as blitze de fiscalização em R$ 205,00. com informações gospel+

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