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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Pastores não devem ter medo de se comprometer com política, mas exatamente o contrário

 
Temos observado o engajamento cada vez maior de lideranças cristãs em prol de alguns candidatos, também é possível notar que muitos preferem o silêncio ou um tipo de manifestação bem mais discreta, ou dúbia, deixando para os seguidores a possibilidade de interpretar o que bem entenderem.
É perfeitamente compreensível a postura cautelosa e mais “neutra” de alguns líderes. Quando se trata de pastores, muitos se preocupam com a consciência das suas ovelhas, pois julgam correr o risco de prejudicá-las caso manifestem um posicionamento em desacordo com sua visão. Mas, até que ponto essa postura de isenção contribui muito mais para beneficiar a igreja, e não prejudicar?

Líderes do seu tempo

Na história da igreja vemos o quanto a postura de homens determinados em servir a Deus fizeram a diferença em seu meio. Muitas vezes através de pequenas atitudes, o exemplo dado por eles contribuiu não só para proclamar o Deus de Israel, como orientar a população em prol da certeza da sua existência. No livro de Daniel, por exemplo, vemos como o jovem israelita assumiu a postura de não se deixar contaminar com os manjares do Rei Nabucodonosor.

O Rei ordenou que fosse servido o melhor da sua comida e bebida para Daniel, Hananias, Misael e Azarias, mas a Bíblia diz no capítulo 1, verso 8, que Daniel, contudo, recusou o alimento especial do rei, pedindo para comer apenas vegetais e água. Naquele momento Daniel foi um líder, porque sua postura falou também pelos demais, como sugerem os versos 12, 13, e 15. O resultado disso foi que Deus os abençoou com tamanha inteligência que se tornaram admirados pelo rei.

Já no capítulo 3 também de Daniel, o rei Nabucodonosor baixou um decreto ordenando que todos do seu reinado se prostrassem e adorassem uma imagem de ouro feita por ele. “Quem não se prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente atirado numa fornalha em chamas”, diz o verso 6. “Mas há alguns judeus que nomeaste para administrar a província da Babilônia, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que não te dão ouvidos, ó rei. Não prestam culto aos teus deuses nem adoram a imagem de ouro que mandaste erguer”, disseram alguns astrólogos para Nabucodonosor no verso 12, denunciando a postura de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, homens que participavam da vida pública, pois haviam sido nomeados pelo rei.

Eles decidiram se posicionar contra a idolatria de Nabucodonosor, apesar de fazerem parte do seu Governo. O resultado disso foi que após serem lançados na fornalha ardente de fogo, Deus se fez presente e eles foram salvos. O testemunho dessa atitude repercutiu sobre todo o reino da Babilônia. “Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos! Eles confiaram nele, desafiaram a ordem do rei, preferindo abrir mão de suas vidas a que prestar culto e adorar a outro deus, que não fosse o seu próprio”, reconheceu Nabucodonosor no verso 38.

A Bíblia está repleta de exemplos similares, onde homens e mulheres de Deus, em outras palavras, “desafiaram a ordem do rei” para cumprir o que suas consciências mandaram em nome da fé, afetando consequentemente sua comunidade, seu povo, suas famílias. Há singularidades em cada caso, pois vivemos em contextos diferentes, mas a diferença não é tão grande. Por exemplo: Será que a noção de “Estado laico” não tem atrapalhado alguns cristãos de se posicionarem em prol dos ensinamentos bíblicos, confundindo o serviço a Deus e ao Estado? Será que tal conceito não é a versão moderna do ídolo de ouro criado por Nabucodonosor em seu tempo, fazendo com que muitos se prostrem diante dele, ao invés de declarar sua fé no Deus de Israel, mediante o que defendem na vida pública?

Uma posição que reflete os valores de Cristo

Muitos líderes têm receio de se posicionar politicamente porque associam tal postura aos candidatos e partidos. Eles não querem se comprometer, porque imaginam que tal comprometimento é com pessoas, mas acontece que não é necessariamente assim. Como já escrevi em outra ocasião, a postura do cristão diante do mundo político deve, antes de mais nada, apontar para os valores de Cristo, não de homens. Neste sentido, nos posicionamos em prol do que acreditamos se aproximar mais do que Deus deseja para a vida comum em sociedade. Esse é nosso compromisso! Não com candidatos e suas siglas, mas com o que eles representam aos olhos da fé.

Pensando por essa perspectiva e lançando olhar sobre a vontade de Deus para o seu povo, especialmente através das suas advertências ao povo de Israel através dos profetas no passado, será que a omissão da nossa posição reflete a atitude que Deus deseja dos líderes em nossa geração? Ou será que o receio de se “comprometer” é o que, de fato, termina contribuindo muito mais para o avanço do mal que temos visto atualmente na esfera pública, afetando toda a sociedade?

Por fim, quero acreditar que o comprometimento sempre nos trás riscos e consequências, mas que no final das contas ele é sempre melhor e mais honrado do que o não se comprometer. Se assumirmos postura tendo Cristo como referencial, sabendo que não são “cristos” que apoiamos na vida política, mas apenas valores que podem ser mais próximos ou não do verdadeiro e único Senhor certamente não erramos em nossas escolhas. Os homens sim podem errar e nos decepcionar (e certamente vão, cedo ou tarde), mas os valores que defendemos a luz da Bíblia jamais serão motivos de vergonha, pois afinal, importa mais agradar a Deus do que aos homens.

 Fonte gospel+

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