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domingo, 10 de março de 2019

Filiado ao PSOL, pastor diz que propostas de Damares contrariam a Bíblia

O pastor Henrique Vieira, filiado ao PSOL, mesmo partido do ex-deputado e ativista LGBT Jean Wyllys, concedeu uma entrevista onde apresentou críticas ao governo de Jair Bolsonaro, especificamente contra a atual ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

“[A ministra Damares] contraria os princípios mais elementares da própria Bíblia. Eu faço uma disputa de memória de quem foi Jesus. Na qualidade de teólogo, de pastor, eu vejo na fala dela um contrassenso em relação ao Evangelho”, disse ele.

Henrique Vieira ganhou destaque, na verdade, como um militante da esquerda política, desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, passando pela defesa do ex-presidente Lula e do apoio ao seu candidato no ano passado, Fernando Haddad.

Eleito vereador em Niterói (RJ) em 2012 pelo PSOL e derrotado em 2016, Vieira chegou a dizer no ano passado que o “bolsonarismo matou Jesus“, em um discurso onde o mesmo reduz o Evangelho e a missão de Cristo como Salvador da humanidade a sua ideologia política.

Também no ano passado, em março, Vieira comparou a morte da ex-vereadora psolista e ativista de esquerda, Marielle Franco, a de Jesus Cristo, mais uma vez reduzindo a mensagem da cruz aos interesses de uma causa partidária, insinuando que o assassinato da vereadora seria fruto do mesmo contexto em que morreu o Filho de Deus.

“A cruz não foi capaz de silenciar a voz de Jesus e aqueles tiros não vão silenciar a voz de Marielle. Eu quero afirmar, com todo amor e respeito, que os coronéis da fé e vendilhões do templo, Crivella, Malafaia e companhia, matariam Jesus hoje”, disse Vieira.

Uma visão “autoritária”

Para Henrique Vieira, os projetos de Damares Alves refletem uma visão de mundo “autoritária”. O pastor psolista argumenta que a ministra não dialoga com a diversidade e que por isso não haveria respeito para com as vítimas de preconceito.

“O problema não é ser religiosa, é que ela tem uma visão de mundo fundamentalista, autoritária, que não dialoga com a diversidade, não acolhe e nem respeita as pessoas que são as principais vítimas das diversas formas de violência e preconceito no Brasil”, disse ele ao UOL.

Vieira então faz parecer que existe uma tentativa do governo atual de impor a sua agenda de comportamento, usando mais uma vez a vida de Jesus Cristo para tentar fundamentar o que, na verdade, se trata da sua visão política.

O pastor apresenta um Jesus que andava “distribuindo o perdão”, como se do próprio Deus não partisse a necessidade do arrependimento humano (Lulas 5: 31-32; Atos 2:38; Mateus 3:2; João 3:36 como exemplos) e mudança de atitudes como forma de alcançá-lo. Assim, surge a concepção evangélica de Vieira:

“Jesus não caminhou impondo nada a ninguém, caminhou protegendo as pessoas da violência, distribuindo o perdão, amando incondicionalmente e acolhendo todas as pessoas, especialmente as mais desprezadas e despercebidas”.

Henrique Vieira, entretanto, pondera que é preciso haver diálogo entre os diferentes grupos evangélicos. Diferente dos mais radicais da esquerda política, ele não classifica todos os seus opositores como “fascistas”, incluindo os que apoiam o governo Bolsonaro.

“Acho que nós vivemos um momento difícil no nosso país, uma crise econômica profunda, a violência urbana é uma realidade”, disse ele que, na prática, termina reconhecendo o contexto político, econômico e cultural de caos que só existe porque é resultado direto dos últimos governos.
“Eu não posso olhar para cada irmão que votou no Bolsonaro e dizer: ‘seu fascista que não entende nada do Evangelho”, explica o pastor.

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