Pressionada pelos
caminhoneiros,
que ameaçaram fazer uma nova paralisação nacional, a Agência Nacional de Transporte Terrestres
(ANTT)
reajustou a tabela com os preços mínimos para o
frete
rodoviário. A alta média nos valores será de 4,13%, segundo o órgão.
A nova tabela do frete foi publicada nesta quarta-feira depois de um
grupo de representantes de caminhoneiros e de motoristas autônomos se
reunir com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. No
encontro, na última segunda-feira, o governo se comprometeu a atrelar o
reajuste da tabela do frete à alta no preço do óleo diesel.
Além disso, garantiu que irá intensificar a fiscalização do cumprimento do piso mínimo do frete. Após o encontro, os
caminhoneiros descartaram uma nova paralisação
nas próximas semanas.
A ANTT publicou a nova tabela depois que o óleo diesel subiu 10,69% na
comparação com janeiro, conforme o órgão. Hoje, a lei determina que a
tabela seja reajustada sempre que preço do óleo diesel tenha oscilação
superior a 10%. Além disso, está em andamento uma consulta pública para
estabelecer as regras gerais, a metodologia e os indicadores da tabela
de frete.
A nova tabela do frete é mais um aceno do governo do presidente Jair
Bolsonaro para conter a insatisfação dos caminhoneiros nas vésperas da
greve de maio de 2018 completar um ano. O movimento do ano passado
paralisou o país por mais de uma semana e gerou uma crise de
abastecimento, principalmente de combustíveis, nas principais cidades.
O receio do governo com uma nova greve ficou mais claro há menos de duas semanas, quando
Bolsonaro ligou para o presidente da Petrobras,
Roberto Castello Branco, e pediu para a estatal suspender um reajuste de
5,7% no preço do óleo diesel. A companhia recuou e segurou a alta no
combustível. A medida gerou reação no mercado, que teme interferência na
estatal.
Após a repercussão negativa, o ministro da Economia, Paulo Guedes,
garantiu que a Petrobras é livre para definir sua política de preços,
mas disse que a estatal precisa ser mais transparente no processo para a
definição dos valores dos combustíveis. Em seguida, a estatal acabou
anunciado um reajuste de R$ 0,10 no litro do diesel. O valor do
combustível é uma das principais reclamações dos motoristas.
Apesar da alta no diesel,
o governo anunciou outras medidas para os caminhoneiros.
O Palácio do Planalto garantiu R$ 2 bilhões para investimentos em
rodovias federais, um crédito total de R$ 500 milhões via BNDES para
caminhoneiros autônomos, e a construção de pontos de repouso em
rodovias.oglobo
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