O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou nesta quinta-feira (30/04) em imprimir dinheiro como uma das formas de enfrentamento à crise imposta pelo coronavírus. A opinião chama a atenção porque Guedes é um expoente da escola liberal de economia,
que tem como um de seus dogmas a redução do Estado e dos gastos
públicos. Para o ministro, porém, “bons” e “bem informados” economistas
não podem ter dogmas e precisam estar atentos a “todas as
possibilidades”.
“O Banco Central pode, sim, emitir moeda e, pode sim, comprar título e aí você pode monetizar a economia, sem que haja impacto inflacionário”, disse Guedes em audiência na Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas Relacionadas ao Coronavírus no Congresso Nacional.
A impressão de dinheiro, porém,
ainda é uma possibilidade distante na cabeça do ministro. Segundo ele,
poderá ocorrer se houver a combinação de desemprego em massa, inflação
zerada ou quase e colapso dos juros que impeça a venda de títulos a
longo prazo. Nesse caso, segundo Guedes, “existe a armadilha da
liquidez”.
Sem esquecer das reformas
Apesar da fala sobre emitir moeda,
Guedes também focou nas reformas que o governo vinha promovendo e na
necessidade de não perder a austeridade de vista. “Nós sabemos que o
mundo espera que as reformas prossigam e que a gente tenha austeridade
do ponto de vista de entender que em uma crise não pode faltar dinheiro
para a saúde. Mas isso não pode virar uma farra eleitoral”, avaliou.
Lula e Guedes
Quem tem pedido que o governo imprima dinheiro para lidar com o coronavírus é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista na última quarta-feira (29/04) a uma rádio, ele voltou a bater na tecla.
“Sou
favorável que o Brasil possa rodar dinheiro, aumentar a massa monetária
do país para que as pessoas tenham como sobreviver”, defendeu.
Metropole
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