O ministro da Economia Paulo Guedes sugeriu, nesta quinta-feira (30),
que governadores e prefeitos poderiam usar o dinheiro do socorro da
União a estados e municípios para fazer política, em vez de aplicar os
recursos em saúde e no combate ao coronavírus.
As declarações foram feitas durante participação do ministro em
reunião virtual da comissão mista do Congresso de acompanhamento das
medidas de enfrentamento à pandemia.
Aos senadores e deputados Guedes afirmou que o governo federal já
transferiu cerca de R$ 90 bilhões a estados e municípios por meio de
projetos já aprovados no Congresso.
O ministro afirmou ainda que, com a proposta que está para ser votada
no Senado no sábado (2), o valor subiria para cerca de R$ 130 bilhões,
com a contrapartida de que governadores e prefeitos congelem reajustes
salariais a servidores.
Guedes defendeu a proposta.
– Por isso que não pode ter aumento de salário, nenhum outro uso
desses recursos que não seja relacionado ao coronavírus. Senão seria uma
covardia contra o povo brasileiro – disse.
Guedes também afirmou que o desvio da finalidade dos recursos seria uma “traição” contra o povo.
– Se aproveitar do momento em que a população brasileira está sendo
abatida por um vírus, se aproveitar disso para fazer política, em vez de
cuidar da saúde, seria uma traição ao povo brasileiro, inaceitável –
classificou.
O ministro defendeu ainda que o dinheiro que será transferido para a
saúde seja fiscalizado para não ser “desviado para outros usos”.
– Nós queremos ser monitorados, nós queremos ser fiscalizados, nós
queremos ter certeza de que nós fizemos a nossa parte. Mandamos os
recursos. Se esse dinheiro entrar nos estados e não tiver a fiscalização
dos TCEs [tribunais de contas estaduais] para saber se esse dinheiro
está indo para o lugar certo, não tiver uma boa execução por prefeitos e
governadores, nós gostaríamos que os senhores nos ajudassem a monitorar
esses recursos – afirmou.
*Folhapress
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