O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou nesta
quinta-feira (2) a assinatura de contrato de R$ 1,2 bilhão para compra
de respiradores. Ele disse também que o governo já tem esquema de
logística montado para buscar equipamentos de combate ao novo
coronavírus na China.
As informações foram apresentadas
após reunião com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O
ministro não informou quantos equipamentos serão adquiridos.
No
encontro, eles assinaram um acordo para integrar o trabalho dos
Ministérios Públicos Federal e dos Estados com o Ministério da Saúde e
os conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde.
Ao
falar com a imprensa, Mandetta explicou que tem enfrentado dificuldades
para encontrar empresas que estejam vendendo máscaras, luvas e outros
materiais de seguranças.
"Se tiver necessidade de buscar lá
fora, o ministro Tarcísio [de Freitas, da Infraestrutura] já está
preparado para a logística internacional", afirmou.
"Se tivermos de ir à China, a Wuhan [que também foi o epicentro da epidemia no país asiático], local que mais produz esses equipamentos, temos condições e ele já tem plano de logística", disse.
O ministro ressaltou que, para comprar os respiradores, teve de contratar a empresa que fez a quinta melhor proposta.
"Conseguimos
fazer uma compra. Quem ficou em primeiro e em segundo na concorrência
avisou que não conseguiria fazer a entrega. Tivemos de comprar da
empresa que ficou em quinto lugar e prometeu entregar em 30 dias",
disse.
Segundo Mandetta, 90% dos EPIs (equipamentos de proteção individual) do mundo são produzidos na China. De acordo com ele, após a pandemia, o mundo terá de discutir uma regulação no mercado para que esse tipo de produção não fique concentrada em um único país.
O
ministro também garantiu que não há risco no momento de desabastecimento
de EPIs na rede pública de saúde. Ele citou, porém, os problemas de
negociação que tem enfrentado para conseguir realizar as compras
necessárias.
"Temos um momento intenso de ajuste de toda
produção e logística. Às vezes a pessoa fala: 'Tenho recurso, eu
compro'. E a empresa responde: 'Eu te vendo, mas não tenho avião'.
Então, você tem de descer em outro aeroporto, transportar a carga.
Querem pagamento à vista. O mercado mudou muito", disse.
"A
gente está conseguindo manter todos os estados abastecidos em um bom
grau. Tem estado que pediu para pararmos de entregar equipamentos porque
não tem uma central de estoque, um almoxarifado."
Aras disse que o Gabinete de Integração e Acompanhamento da Epidemia do Covid-19 da PGR irá trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde.
Aras disse que o Gabinete de Integração e Acompanhamento da Epidemia do Covid-19 da PGR irá trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde.
"Hoje
subscrevemos o acordo de cooperação e integração dos órgãos de saúde do
MP brasileiro de forma que todos os estados do Brasil que receberem
demandas irão transmitir as informações para o gabinete de integração
que irá fazer a interlocução com os ministros Mandetta, Braga Netto
[Casa Civil], Ernesto Araújo [Relações Exteriores] e todos os órgãos
competentes, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)",
afirmou.
Mandetta também ressaltou a necessidade de os órgãos
atuarem juntos para evitar que iniciativas regionais sejam tomadas pelo
MP sem um olhar do problema do país todo.
"A gente formalizou
hoje uma maneira de os conselhos de secretários estaduais e municipais e
o Ministério da Saúde, que formam o triângulo do SUS, trabalharem em
conjunto com MPs Federal e estadual. Com isso, a gente consegue ter mais
informações e diminuir ordens judiciais que, às vezes, são dadas na
melhor das intenções, por estar vendo a situação do local, mas é
necessário pensar no nacional", disse Mandetta. otempo
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