O DCM entrevistou Sigrid Engersen Navarro
sobre o processo contra a a Igreja Batista Atitude pelo sumiço de R$
726.300. No processo dela, outra fiel também acionou juridicamente a
entidade. Essas informações foram divulgadas em dezembro do ano passado.
A outra fiel que está na ação é Alessandra Costa de Azevedo. Ela acusa Oséias Oliveira de Abreu e
sua esposa Fabiana Santos de terem se apropriado de R$ 200 mil quando
ela estava desempregada e com depressão. A primeira-dama, Michelle
Bolsonaro, frequenta a igreja e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, já
participou dos cultos.
Alessandra deu uma entrevista para o DCM sobre o caso.
Diário do Centro do Mundo: Como você conheceu a Igreja Batista Atitude?
Alessandra Costa de Azevedo: Eu frequento
a Igreja desde março de 2014. Fui levada pra lá por conta da divulgação
na Internet e passei a frequentar unidade da Tijuca.
Com o passar dos anos, criei com a Igreja
Atitude fortes laços de confiança, segurança e espiritualidade. Baseada
nesses sentimentos participei de reuniões de grupos de fiéis.
Foi assim que acabei na residência do discipulador Oseias Oliveira de Abreu.
DCM: Você tinha envolvimento na célula de Oséias Oliveira de Abreu na Igreja?
AA: Sim. Foi nas reuniões num luxuoso
condomínio na Barra da Tijuca. Ele sempre estava acompanhado da esposa
Fabiana Santos Ferreira de Abreu.
O casal era considerado como
“discipuladores” da Igreja Atitude. Eles estimulavam cada participante
da reunião a, diante do grupo e dos anfitriões, declarar fatos
relacionados a família, trabalho, atividades de lazer e, de forma sutil,
da situação patrimonial, econômica e financeira desfrutadas.
DCM: Como assim?
AA: Eles sutilmente ganharam a minha
confiança. Assim, foi numa destas ocasiões que abordei minha situação de
divorciada e desempregada naquela época.
A conversa realmente se aprofundava
nessas questões e eu disse que trabalhei por vários anos no antigo Banco
Real. Por isso, numa reclamação trabalhista na 70ª Vara do Trabalho do
Rio de Janeiro, de 2011, tinha recebido uma indenização de R$ 200 mil.
Ela foi paga pelo Banco Santander, que foi incorporador do antigo Banco Real.
DCM: Por qual razão você decidiu entrar num processo contra a Igreja Atitude?
AA: Eles usaram de maneira indevida o meu
dinheiro, esse valor de indenização. Na época, quando realmente entendi
o que tinha acontecido, sofri uma profunda depressão quando fui para
42ª Delegacia de Polícia do Recreio para registrar a ocorrência dos
crimes de estelionato e apropriação indébita cometidos por eles.
Foi assim que me deparei com outra
mulher, jovem vítima, também frequentadora da Igreja Atitude. A Sigrid
Engersen Navarro teve seus mais de R$ 700 mil usados indevidamente.
Ela também foi influenciada pelo casal Oseias e Fabiana Santos.
DCM: Por que o pastor Josué Valandro Jr. não está no seu processo?
AA: Quando fui até a delegacia para
prestar depoimento, acompanhada por meu advogado Dr. Arnaud Ferreira de
Araujo, soube que Josué Valandro Junior ainda não tinha comparecido
depois de convocações anteriores feitas pelo encarregado das
investigações lá.
Josué é a autoridade máxima da Igreja
Atitude na Barra da Tijuca. Mas não esteve diretamente envolvido no meu
caso. Lamentavelmente, foi através da influência iniciada nos cultos da
igreja Atitude que acabei associada à célula de Oséias Oliveira de Abreu.
Ele se apropriou de maneira fraudulenta
da minha indenização de R$ 200 mil de processo trabalhista em cima de
promessas. Sofri estelionato e tive negativas do senhor Josué Valandro
Júnior em me ajudar na recuperação do valor perdido.
DCM: Você ainda tem contato com a Igreja Atitude?
AA: Não. Não fui mais até a Igreja Atitude e escolhi dar início ao processo na 4ª Vara Cível do Fórum da Barra da Tijuca.
DCM: Nesse processo há o envolvimento de uma agência de viagens de Israel? Por quê?
AA: Existe verdadeiras modalidades de
“golpes” supostamente praticados por pastores da Igreja Atitude contra
fiéis, pelo que outras pessoas alegam. Eu não fui a única prejudicada.
E existem casos conhecidos de venda de
pacotes de viagens para Israel que não são realizadas e ocorrem sem
devolução dos valores pagos. Tomei conhecimento disso através da
ocorrência de processos civis distribuídos por famílias ludibriadas
mediante ações indenizatórias no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro. Informações diariodocentrodonmundo
No entanto, isso não aconteceu comigo.
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Procurada pelo DCM, a Igreja Batista Atitude informou que a explicação está em uma nota já publicada em outro site.
“Vale salientar que, diferente do
que vem sendo noticiado, Oseas e e Fabiana, não são pastores e nunca
exerceram ministério pastoral na Igreja Batista Atitude, eram apenas
membros da igreja. Toda e qualquer afirmação diferente desta se
constitui uma mentira”, diz o comunicado. LEIA AQUI A ÍNTEGRA