"Ninguém tá segurando essa novinha, ela tá perdendo a linha... Desce e
sobe mexendo a cinturinha", cantava MC Pocahontas em "Perdendo a Linha",
de 2015.
Hoje com "Quer Mais", a novinha virou "porra louca" e debocha de um
ex-mala, como diz a letra. Sabe onde ela cantou esses versos no fim de
semana passado? Em Milão, na Itália, Genebra e Zurique, na Suíça.
Na terceira turnê internacional em menos de um ano, a funkeira vai tocar ainda em Dublin e Roterdã.
Mas quem é a MC Pocahontas?
- A funkeira carioca nasceu em Queimados e começou a cantar aos 16 anos. Seu tio ensaiava passinhos de break na sua garagem e seu irmão era roqueiro;
- Nascida e criada em berço cristão, a MC hoje é evangélica e frequenta a igreja;
- Nas horas vagas, prefere "coisas mais calmas" como Lana Del Rey, Djavan e Adriana Calcanhotto;
- Em 2012, emplacou "Mulher do Poder", com clipe do KondZilla; e "Perdendo a Linha" em 2015, com 64 milhões de views no YouTube;
- O clipe de "Quer Mais", com a MC Mirella, foi lançado em novembro e tem 61 milhões de views.
O que 'Poca' acha do sucesso?
A MC diz que quando foi reconhecida nas ruas dos Estados Unidos, a
sensação era de "venci na vida". "Os gringos estão cantando minha
música, eles me reconhecem nas ruas." Recém-contratada da Warner, seu
desejo agora é gravar um DVD.
Na lista de possíveis hits do carnaval, "Quer Mais" representa
Pocahontas. É uma mistura de funk 150 bpm, clipe com featuring (MC
Mirella) e a clássica história da volta por cima.
Pocahontas acredita que a música vai crescer ainda mais: "A energia que
eu sinto quando canto nos shows é surreal, arrepia o corpo inteiro".
Para a MC, a maioria das pessoas vai para balada para se divertir e
"esquecer dos boletos e dos ex-namorados". "A galera não quer ouvir
história triste, quer ouvir superação. Quer aquela famosa sacanagem."
O convite para a participação da funkeira paulista MC Mirella aconteceu
dois dias antes da gravação do clipe. O entrosamento entre as duas
acontece, porque, segundo Pocahontas, elas são muito parecidas. "Ela é
hiperativa também, então parece que a gente se conhece há 10 mil anos".
Empoderamento a partir da família
As músicas mais famosas de Pocahontas trazem a questão do empoderamento
feminino, papo recorrente nos funks. A MC percebe que "toda mulher é
empoderada, só que ela precisa descobrir, ela precisa de um incentivo."
No seu caso, a chave virou com o nascimento da filha Vitória, em 2016.
"Foi quando eu realmente me enxerguei como uma mulher forte. Ela
precisava de mim, então precisava de uma mãe forte", conta a MC, que
entende que seu caso não é a regra.
Por falar em mudança, ela se vê muito mais madura hoje se comparada ao
ano em que estourou com "Perdendo a Linha". "Qualquer coisa me abalava,
eu tinha medo de tudo, mas hoje eu tô destemida mesmo. Às vezes eu tenho
umas dúvidas, não sei se vai dar certo, mas mesmo com medo eu faço."
“O máximo que pode dar é errado, mas eu posso refazer novamente aquilo.”
Funkeira da Igreja?
Se tem uma coisa que não mudou (e parece que não vai mudar) é a relação da funkeira com a fé.
"Eu sou nascida e criada em berço cristão, minha mãe é evangélica. Não vejo problema nenhum com isso."
Aliviada, Pocahontas fala que não é muito atacada nas redes e também
não vê motivo. "Quem pode me julgar é somente Ele. Meu amor por Ele é
acima de todas essas coisas."
"Eu só faço bem para as pessoas, não faço mal para ninguém cantando
funk, levo alegria, tô fazendo o bem. E se eu tiver que mudar quem vai
mudar é Deus", conta a cantora que frequenta a igreja.
No começo do ano, surgiram boatos que a funkeira estava tendo um
relacionamento com o pastor evangélico Leonardo Sale. Na entrevista ao G1, Pocahontas negou.
"Não estou namorando. Hoje é o momento que eu estou mais focada e
empenhada na minha carreira. Tá difícil até para eu ver a minha família,
mas a gente se organiza para dar tudo certo."
Pocahontas afirma que o mais difícil dessa turnê europeia vai ser ficar
longe da pequena Vitória. "Nunca fiquei 12 dias longe da minha filha.
Nunca! Mas é o meu trabalho e eu amo o que eu faço."
Sempre que "bate a bad", a funkeira diz que pensa "Calma, você lutou
pra isso, só você sabe o quanto correu atrás para conquistar isso".
A filha Vitória, que aliás tem perfil no Instagram em que se define
como "Minihontas", e sua mãe são as inspirações da funkeira. "Eu quero
dar o mundo para elas", finaliza.
G1