A Receita Federal apertou a fiscalização contra os clubes de futebol. Dados revelam que os 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro arrecadaram 590 milhões reais em 2018 de tributos federais. O valor é bem superior aos 431 milhões de reais de 2017.
O aumento de quase 40% é explicado depois que a Receita
Federal passou a ser mais rigorosa com o comportamento dos clubes no
aspecto tributário. Os principais pagamentos feitos pelos clubes ao
Fisco são Imposto de Renda (incluindo os valores retidos na fonte),
contribuições previdenciárias e Programa de Integração Social (PIS).
“A Receita Federal vem acompanhando os clubes cada vez com maior
rigor. Como os clubes são associações sem fins lucrativos, boa parte das
operações, como bilheteria e compra e venda de jogador, tem isenção dos
principais tributos. Portanto, mesmo que a receita dos clubes tenha
registrado um crescimento absurdo no ano passado, o impacto tributário
não seria tão grande se a fiscalização também não tivesse aumentado”,
explica o advogado tributarista Rafael Augusto Oliva Gatto, do VNP
Advogados.
O aumento no pagamento de impostos dos clubes vem crescendo nos
últimos anos. Em 2016, por exemplo, os principais clubes do Estado de
São Paulo recolheram 178 milhões de reais em tributos aos cofres
públicos. No ano seguinte, o montante chegou a 212 milhões de reais, um
acréscimo de 19%.
Os clubes passaram a ser alvo de uma operação especial dos auditores do
Fisco. A Receita Federal, inclusive, suspendeu a imunidade e isenção
referentes ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e à
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sob o argumento de que
esse tipo de benefício é restrito a instituições de caráter
filantrópico, recreativo, cultural e científico e associações civis sem
fins lucrativos. Para a Receita, os clubes realizam atividades
empresariais. Veja