O Banco do Brasil (BB) apurou lucro líquido ajustado de R$ 4,247 bilhões
no primeiro trimestre de 2019, o que representa alta de 40,3% em
relação ao mesmo período do ano passado. O número veio acima da projeção
média de analistas consultados pelo Valor, que era de R$ 3,897 bilhões. O lucro líquido contábil ficou em R$ 4,005 bilhões, aumento de 45,7% na comparação anual.
A margem financeira bruta somou R$ 12,711 bilhões entre janeiro e
março, o que mostra uma alta de 6,3% frente ao primeiro trimestre de
2018 e de 1,8% na comparação com os três últimos meses daquele ano.
As
despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) caíram
26,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para R$ 3,126
bilhões. Na comparação com o quarto trimestre, houve queda de 1,3%.
O
BB apontou ainda que as receitas com tarifas subiram 3,8% na comparação
anual, para R$ 6,795 bilhões. As despesas administrativas cresceram
1,7%, para R$ 7,557 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido
ajustado pelo critério de mercado ficou em 16,8% no primeiro trimestre
de 2019, ante 15,4% no trimestre final de 2018 e 12,6% nos três
primeiros meses daquele ano.
A instituição indicou também que
fechou março com índice de Basileia, uma medida de capital bancário, de
19,26%, e 10,53% de capital principal.
Inadimplência
O
BB fechou o primeiro trimestre com alta da inadimplência. A taxa de
operações com atraso superior a 90 dias era de 2,59% no fim de março,
ante 2,53% em dezembro de 2018. Na comparação anual, porém, o indicador
melhorou, já que em março do ano passado era de 3,63%.
A alta
trimestral foi motivada pelos segmentos de pessoa física e agronegócios,
enquanto os atrasos de pessoa jurídica diminuíram.
Na carteira de pessoa física, a inadimplência fechou março em 3,25%, ante 3,17% em dezembro passado e 3,49% em março de 2018. No agronegócio, a inadimplência subiu para 1,68%, alta de 0,15 ponto percentual em três meses e queda de 0,17 ponto em 12 meses.
Já
no segmento de pessoa jurídica, a taxa de calotes baixou para 3,08%,
vinda de 3,08% em dezembro de 2018 e 5,68% no término do primeiro
trimestre de 2018.
O Banco do Brasil (BB) mostrou piora na
inadimplência de curto prazo, um dos indicadores analisados pelo mercado
para medir a tendência de calotes.
No caso das operações com
atraso de 15 a 89 dias, a taxa de inadimplência estava em 2,03% no fim
do primeiro trimestre, superando tanto a taxa de 1,78% no fim de
dezembro de 2018 e aquela apurada em março daquele mesmo ano, de 1,81%.
Carteira de crédito
A carteira de crédito ampliada cresceu 0,8% em um ano, a R$ 684,171 bilhões, o
que representa queda de 1,9% em relação a dezembro de 2018 e alta de
0,8% ante o fechamento do primeiro trimestre daquele calendário.
Em
pessoa física, a carteira do BB avançou 1,7% em três meses e 7,7% em um
ano, para R$ 199,921 bilhões. O estoque foi impulsionado por linhas
como consignado, financiamento imobiliário e cartões. Na contramão de
outros bancos, o banco encolheu no financiamento de veículos.
A
carteira de pessoa jurídica somava R$ 208,459 bilhões no fim de março, o
que indica retração de 5,2% no trimestre e 6,3% em 12 meses. O
portfólio de grandes empresas caiu 9% em relação a dezembro e 13% frente
a março do ano passado, para R$ 105,136 bilhões.
As operações com
micro, pequenas e médias empresas diminuíram 0,9% no trimestre e 3% em
um ano, para R$ 58,910 bilhões. O segmento de governo totalizava R$
44,413 bilhões no fim de março, queda de 1,1% frente a dezembro e alta
de 8,4% em relação a março do ano passado.
No agronegócio, a carteira do BB teve crescimento trimestral de 0,2% e alta de 5,5% em 12 meses, para R$ 184,739 bilhões.
Receita de tarifas
A
receita de tarifas do BB somou R$ 6,795 bilhões entre janeiro e março,
com queda de 6,1% sobre o quarto trimestre de 2018 e expansão de 3,8% na
comparação com igual intervalo daquele calendário.
A receita com
conta corrente teve alta anual de 5,4%, para R$ 1,849 bilhão. Em
administração de fundos, houve expansão de 6,9%, a R$ 1,520 bilhão. Em
seguros, previdência e capitalização, o aumento foi de 9,1%, chegando a
R$ 841 milhões. Já em cartão de crédito e débito, a receita subiu 12,7%,
a R$ 521 milhões.
Por sua vez, as despesas administrativas se
situaram em R$ 7,557 bilhões no primeiro trimestre, com queda de 4,6%
sobre os três meses anteriores e alta de 1,7% ante um ano antes. As
despesas de pessoal ficaram em R$ 4,866 bilhões, com alta anual de
2,4%. Já os outros gastos administrativos tiveram leve alta de 0,4%, a
R$ 2,691 bilhões.
Resultados
O BB
ficou, no primeiro trimestre, abaixo do guidance que estipulou para a
carteira de crédito e as rendas de tarifas neste ano. No entanto, as
despesas administrativas vieram melhor que o projetado e o lucro ficou
em linha com as estimativas. Valor