A nova pesquisa CUT/Vox Populi
confirma o poder de transferência de voto de Lula, preso em Curitiba e
impedido de concorrer à presidência da República pelo Tribunal Superior
Eleitoral. Quando claramente apresentado aos eleitores como o candidato
do ex-presidente, o petista Fernando Haddad alcança 22% de intenção de
votos e assume a liderança na disputa.
Jair Bolsonaro,
do PSL, aparece em segundo, com 18%. Ciro Gomes, do PDT, registra 10%,
enquanto Marina Silva, da Rede, e Geraldo Alckmin, do PSDB, aparecem com
5% e 4%, respectivamente. Brancos e nulos somam 21%.
O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de
setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou
para baixo. O índice de confiança chega a 95%.
O instituto tomou a decisão de associar Haddad diretamente a
Lula no questionário, ao contrário das demais empresas de pesquisa.
Segundo Marcos Coimbra,
diretor do Vox Populi, não se trata de uma indução, mas de fornecer o
máximo de informação ao eleitor. “Esconder o fato de que o ex-prefeito
foi indicado e tem o apoio do ex-presidente tornaria irreal o resultado
de qualquer levantamento. É uma referência relevante para uma parcela
significativa dos cidadãos. Chega perto de 40% a porção do eleitorado
que afirma votar ou poder votar em um nome apoiado por Lula”.

Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como
o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11
como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos
conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42%
informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de
nome.
O desconhecimento é maior justamente na parcela mais propensa a
seguir a recomendação de voto de Lula, os mais pobres e menos
escolarizados. De maio para cá, decresceu sensivelmente o percentual de
brasileiros que afirmam não saber que o ex-presidente está impedido de
disputar a eleição: de 39% para 16%.
Ainda assim, é em meio a este público que Haddad
registra grandes avanços. Na comparação com a pesquisa de julho, mês no
qual o PT ainda nutria esperanças de garantir Lula na disputa, o
ex-prefeito passou de 15% para 24% entre os eleitores com ensino
fundamental e de 15% para 25% entre aqueles que ganham até dois salários
mínimos. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo quando associado ao ex-presidente.

Ciro Gomes é o menos rejeitado (34%) entre os cinco candidatos mais
bem posicionados. Haddad tem a segunda menor taxa, 38%. No outro
extremo, com 57%, aparece Bolsonaro.
O deputado, internado desde a sexta-feira 7 no Hospital Albert Einstein,
em São Paulo, registra contudo o maior percentual de menções
espontâneas (13%), contra 4% de Ciro e Haddad, 3% de Marina e 2% de
Alckmin.
O fato de as citações espontâneas se aproximarem da porcentagem
registrada por Bolsonaro nas respostas estimuladas demonstra, ao mesmo
tempo, um teto do candidato do PSL e uma resiliência que tende a leva-lo
à próxima fase da disputa presidencial.
O Vox realizou diversas simulações de segundo turno. Bolsonaro
venceria Alckmin (25% a 18%), empataria tecnicamente com Marina (24% a
26%) e perderia para Ciro (22%
a 32%) e Haddad (24% a 36%). O pedetista e o petista vencem os demais. O
instituto não fez a simulação de um confronto entre os dois.
Por fim, a pesquisa mediu a percepção dos eleitores em relação ao
ataque a Bolsonaro ocorrido em Juiz de Fora em 6 de setembro. A maioria
absoluta, 64%, associa a facada a um ato solitário de um indivíduo
desequilibrado, “com problemas mentais”. Outros 35% acreditam tratar-se
de um atentado organizado e planejado, com fins políticos.
A maior parte dos entrevistados (49% contra 33%) não crê que o episódio possa influenciar a decisão de voto dos brasileiros. Informações cartacapital
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