Preocupado com a disseminação do novo coronavírus no Brasil, o
ministério da Economia resolveu adotar algumas medidas preventivas para
blindar Paulo Guedes, que tem 70 anos de idade e se enquadra no grupo de
risco da doença. O sinal de alerta acendeu logo após o secretário de comércio exterior e assuntos internacionais, Marcos Troyjo, ter sido infectado.
A notícia deixou assessores da maior pasta do governo de cabelo em pé.
Para evitar que o chefe da equipe econômica seja contaminado, auxiliares
do gabinete do ministro decidiram comprar um “esterilizador e aquecedor
de xícaras com termostato”. O motivo: higienizar o cafezinho de Guedes.
Ao justificar a demanda pelo produto, o ministério da Economia
esclareceu: “Tal solicitação visa inibir possíveis proliferações do
COVID-19 neste Ministério, uma vez que no gabinete do ministro é notável
a grande quantidade de movimentação de pessoal, com reuniões, e
atendimento individualizado especialmente autoridades que despacham
diretamente com o Senhor ministro de estado da Economia”.
Essa não tem sido a única medida para proteger a saúde de Guedes. O
ministro foi convencido por seus auxiliares a manter certa distância de
autoridades e jornalistas. Antes, o chefe da equipe econômica
cumprimentava, de forma efusiva, parlamentares e seus secretários.
Agora, sem constrangimento, ele deixa seus interlocutores no vácuo — e
prefere contatos por telefone. Guedes também decidiu evitar a entrada
privativa na sede da pasta, em Brasília, onde se aglomeravam diversos
profissionais de veículos de comunicação. O ministro chegará ao trabalho
pela garagem.
Em comunicado interno, o ministério da Economia anunciou que optou
por restringir o acesso do público a bibliotecas, museus e auditórios
nas dependências da pasta. Somente as lanchonetes foram liberadas, desde
que mantenham a distância mínima de dois metros entre as mesas. O
sistema de biometria para funcionários do prédio também foi desativado.
Para o público externo, Guedes divulgou a liberação de 147 bilhões de
reais em medidas emergenciais para combater o coronavírus. Desses
recursos, 83,4 bilhões de reais serão destinados à população considerada
mais vulnerável como idosos e 59,4 bilhões de reais serão utilizados
para a manutenção de empregos que estão ameaçados pela disseminação da
doença. O anúncio dessas iniciativas ocorreu após o ministro ser
criticado por defender as reformas como única alternativa para evitar
uma retração da nossa economia. Em entrevista publicada na última edição de VEJA, Guedes disse: “Neste ano, com o coronavírus, vai ser ainda mais difícil crescer 1% se não fizermos as reformas”.
Veja
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