O deputado federal e pré-candidato à presidência da República, Jair
Bolsonaro (PSL), cancelou o ato que iria realizar na praça Santos
Andrade, no Centro de Curitiba, nesta quinta-feira (29).
Nenhum dos apoiadores do político compareceu ao local marcado. O ato
estava previsto para começar às 10h30 e a imprensa havia sido convidada
pela assessoria na noite anterior, enquanto ainda acontecia o ato de
encerramento da caravana do ex-presidente Lula pelo sul do país. Às
11h, Bolsonaro passou pelo local.
Bolsonaro prometia lavar as escadarias da UFPR: “A ideia é esta
mesmo, lavar a praça que foi usada por Lula, que deveria estar na cadeia
e não fazendo caravanas pelo país. Vamos lavar esta sujeira que o PT
fez e deixou no Brasil”, disse o político.
De acordo com a assessoria de imprensa, o evento acabou sendo
cancelado para evitar conflito com estudantes da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) que assistiam a uma peça de teatro do Festival de
Curitiba, apresentada na praça.
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Bolsonaro seguiu para um almoço no tradicional restaurante Madalosso, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba.
Durante a coletiva de imprensa, o deputado Fernando Franscischini,
que cuida da agenda do candidato à presidência, reafirmou que o ato foi
cancelado em respeito a peça. “Não poderíamos atrapalhar a apresentação,
seria uma imensa falta de respeito com os atores e o público”, afirmou.
Feminicídio e “Fim dos privilégios”
Questionado sobre como acabaria com o feminicídio caso seja eleito,
Jair Bolsonaro cravou: “lei do feminicídio não funciona; melhor é arma
na bolsa”, disse.
Sobre notícias falsas nas redes sociais, o deputado afirmou que não
se importa se espalharem notícias falsas e positivas sobre ele. “Se
forem notícias boas está tudo bem”, disse.
- “Prefere um papel com a lei, ou uma pistola na bolsa?”, afirmou Bolsonaro em Curitiba
Outro tema abordado por Bolsonaro foi o projeto de lei apresentado na
Câmara dos Deputados que ficou conhecido como “Fim de Privilégios”. A
proposta, de autoria de Bolsonaro e Fernando Francischini (PSL), prevê a
revogação da lei que concede benefícios aos ex-presidentes da
República.
Bolsonaro falou ainda que caso eleito terá uma equipe de técnicos
compondo os Ministérios, e que extinguirá por exemplo o Ministério da
Cultura, anexando como secretaria ao Ministério da Educação.
Ataque à caravana foi “factóide”
Jair Bolsonaro chegou a acusar o próprio PT de ter criado “um
factóide” sobre o ataque à caravana, em que um ônibus teria sido
atingido por três tiros, no interior do Paraná, na terça-feira. “Eles
são especialistas nisso né… em se vitimizar. O PT vive de mentiras e
factóides”, disse.
Em coletiva à imprensa, nesta quinta, o presidente do PT do Paraná,
ex-deputado federal Doutor Rosinha, rebateu. Para Rosinha, somente “uma pessoa com problema mental” diria que o próprio partido atentaria contra a caravana.
“Eu estava lá, imediatamente nós chamamos a polícia, saíamos dali, eu
fui à delegacia junto quando foi tomado o depoimento de um jornalista e
do motorista do ônibus. Solicitamos que no mesmo dia a perícia se
fizesse presente porque nós não queríamos ser vítimas de ilações e
mentiras… Acho que deve ser alguma pessoa que tem um problema mental ou
muita má-fé imaginar que um de nós vamos dar um tiro em um ônibus que
tem dentro dele gente nossa. Eu repudio em nome do PT esse tipo de
argumento e espero o mais rápido possível que o laudo fique pronto”,
afirmou Rosinha. cominformaçõesparanaportal