Para conseguir 491 mil assinaturas para viabilizar seu novo partido,
Aliança pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro recebeu promessas de
alguns líderes evangélicos de renome no país, a informação foi divulgada
em alguns dos maiores portais do Brasil.
Procurado pelo UOL para falar sobre o que acha do possível apoio, o pastor Silas Malafaia,
um dos principais pastores aliados de Bolsonaro, rechaçou a ideia. “Eu
sou tremendamente contra qualquer tentativa de instrumentalizar a igreja
para partidos políticos”, critica Silas Malafaia.
O pastor explica que não se deve confundir engajamento pessoal com
alinhamento da igreja a partidos. Ele não mede as palavras para se
referir aos religiosos que embarcaram na ideia. “Ficam aí uns puxa-sacos
querendo fazer graça para ganhar cartaz, gente que quer aparecer na
mídia, então tem que arrumar uns negócios para aparecer”, contesta.
Malafaia explica que recebeu Bolsonaro em sua igreja logo após a eleição
pois a Bíblia fala que é preciso abençoar as autoridades, não porque
quisesse atrelar religião a política. Argumenta que faria o mesmo
qualquer que fosse o vencedor.
Para exemplificar, conta que, oito meses antes do impeachment de Dilma
Rousseff, foi convidado por ela para uma audiência. Aceitou, mesmo que
àquela época fizesse críticas duras ao governo da petista. “Falei:
presidente, pode ir à minha igreja que eu vou orar pela senhora”, conta.
Dilma não aceitou o convite. Malafaia disse que, apesar das críticas
que fez a Lula, iria até mesmo à prisão em Curitiba para abençoá-lo se
fosse convidado. “Não podemos partidarizar nossa vocação”. JM