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terça-feira, 14 de abril de 2020

'Julgo que o presidente não deve trocar o ministro neste momento', diz Mourão

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (14) que julga que o presidente Jair Bolsonaro não deve trocar o ministro da Saúde, Henrique Mandetta. A declaração foi feita em conversa pela internet com jornalistas do "Estado de S. Paulo", na qual ele também rejeitou o uso do dinheiro do fundo eleitoral e do fundo partidário no combate ao coronavírus e minimizou as manifestações favoráveis ao fim do isolamento no país.

"O que ocorre é que isso (a decisão sobre o futuro de Mandetta) é uma decisão pessoal do presidente da República. Os ministros são escolhidos por ele e permanecem até o momento em que perdem a confiança do presidente. Mas acho que existe no presente momento muita especulação, muito ti-ti-ti. (...) Julgo que o presidente não deve trocar o ministro nesse momento. Não seria favorável", resumiu Mourão.

"Diante do trabalho que vem sendo feito (pelo ministro), julgo que cabe muito mais a uma conversa, chamar ele, (dizer:) 'vamos acertar aqui a passada, você tem a sua opinião e eu tenho a minha..."
Apesar disso, Mourão afirmou que Mandetta "cruzou a linha da bola", fazendo uma referência a uma falta grave no pólo, passível de levar um cartão de advertência.

Na entrevista, Mourão disse que o uso do fundo eleitoral e do fundo partidário no combate ao coronavírus não vai resolver o problema. "Não digo que é uma gota, mas é meia xícara, vamos dizer assim", comparou.

"A eleição tem que correr esse ano. Tem que andar", realçou, ao dizer que os recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral devem ser aplicados na função a que se destinam.

Mourão disse que acha que é melhor que os partidos, por conta própria, fizessem ações de doações dos recursos, o que hoje é proibido.

O vice-presidente também avaliou que as manifestações contra o fim do isolamento no país, incentivadas pelo presidente, são "pouco expressivas no conjunto da Nação". E que quem protesta hoje na rua é a a "turma do isolamento Zona Sul", que recebe comida por delivery, continua com renda e está incomodada por "estar com sua vida compactada". "Não vimos a favela descer  em peso para protestar que eles estão presos lá", disse, afirmando que isso seria muito mais preocupado.

O vice-presidente ainda ironizou as críticas feitas pela ala ideológica comandada por Olavo de Carvalho e as fake news que inundam a internet. Mourão disse que é atacado com frequência e que precisa aprender a lidar com isso.

"Eu particularmente não dou bola. Se perguntar quantas pessoas me xingaram, me atacaram, me chamaram de comunista... Inclusive, quando me chamam de comunista, eu digo: 'Particularmente eu admiro mais os trotskistas'", ironizou. otempo

Queiroz reaparece e diz a amigo: "Serei eternamente grato, entendeu?"


Ex-assessor de Flávio Bolsonaro passou por cirurgia no mês passado ./VEJA
“Valeu, valeu, meu irmãozão. Obrigado por tudo aí, tá? Gratidão não prescreve, cara, não prescreve mesmo. O que você está fazendo pelas minhas filhas aí, cara, não tem preço. Serei eternamente grato, entendeu?”, diz.
OUÇA O ÁUDIO DE QUEIROZ

No mesmo áudio, o ex-policial mostra preocupação com o surto de coronavírus em São Paulo, mas acredita que, assim como ele, os brasileiros vão conseguir atravessar esse momento difícil. “Amanhã, estou me submetendo a essa cirurgia grande aí, anestesia geral, entendeu. Esse problema aqui em São Paulo está demais também, de coronavírus. Se Deus quiser, vou sair dessa aí, e todo o povo brasileiro também, né, irmão? A gente se vê. Assim que eu terminar a cirurgia, eu recuperar, eu ligo para você.

Forte abraço.” O amigo não foi identificado. VEJA também obteve imagens do ex-policial captadas no dia em que ele se submeteu à cirurgia para a retirada da próstata.

A gratidão de Queiroz interessa a altas autoridades da República. O ex-policial militar ganhou notoriedade depois de o órgão de inteligência financeira do governo – o antigo Coaf, rebatizado de UIF – detectar que ele movimentou uma dinheirama incompatível com sua remuneração mensal quando trabalhava no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Entre 2014 e 2015, foram 5,8 milhões de reais. 



 
Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, mais 1,2 milhão de reais. O relatório também registrou que Queiroz depositou 24.000 reais na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A reação inicial do presidente foi admitir que era amigo de Queiroz e dizer que o dinheiro repassado a Michele fazia parte do pagamento de um empréstimo que o próprio Bolsonaro havia concedido ao amigo de longa data. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o caso. 
 
Desde então, há um esforço nos bastidores para manter Queiroz escondido – e calado – até que seus advogados e os de Flávio Bolsonaro consigam suspender ou arquivar o caso na Justiça. 

A ofensiva nesse sentido é incessante e abrange da primeira instância ao Supremo Tribunal Federal (STF). No último dia 11 de março, a desembargadora Suimei Cavalieri, do Tribunal de Justiça do Rio, suspendeu a investigação da rachadinha a pedido da defesa de Flávio Bolsonaro. 

Menos de duas semanas depois, Suimei derrubou a sua própria decisão. O recuo da magistrada deixou o entorno de Bolsonaro preocupado. 

Pessoas próximas ao presidente temem que a Justiça do Rio, aproveitando-se da debilidade demonstrada pelo mandatário na crise do coronavírus, decrete alguma medida contra Queiroz e seus familiares, como uma prisão preventiva. Isso, alegam os bolsonaristas, poderia levá-lo a ser cooptado por adversários do presidente, que o obrigariam a testemunhar contra Jair e Flávio Bolsonaro.


Queiroz é peça central na investigação do esquema da ‘rachadinha’ ./VEJA
Como se sabe, a primeira-família da República debita tudo na conta das grandes conspirações contra ela. A investigação da rachadinha, por exemplo, seria uma armação do governador do Rio, Wilson Witzel, com o objetivo de impedir a reeleição de Bolsonaro. Há um problema de origem nessa tese. 

O relatório do Coaf sobre Queiroz é de janeiro de 2018. Jair e Flávio tomaram conhecimento do documento entre o primeiro e o segundo turnos daquela eleição, quando decidiram exonerar o faz-tudo da família. Naquela época, reta final da campanha, o filho mais velho do presidente trabalhava pela eleição justamente de Witzel, que hoje sim é um rival da família. Até as transações suspeitas serem detectadas, Queiroz era um mandachuva no gabinete de Flávio na Assembleia do Rio. 

Tinha poder para contratar quem bem entendesse. Em contrapartida, segundo a investigação, recolhia parte dos salários dos servidores. Foi ele quem empregou a mãe e a ex-mulher do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega no gabinete. 

Morto numa operação policial realizada em janeiro, Adriano era acusado de chefiar um grupo de extermínio que atuava para uma milícia. Na década passada, quando respondia por homicídio, foi defendido por Jair e Flávio Bolsonaro, que dispensaram a ele a alcunha de herói.

O outrora poderoso Queiroz também empregou no gabinete de Flávio duas filhas, Evelyn e Nathália, que lhe devolviam parte do que recebiam como salário. São a elas que ele faz menção no áudio. É de um futuro tranquilo para elas que depende a sua gratidão. 
Por Daniel Pereira
(Com informações Veja)

Coronavírus: como a pandemia afeta profissionais autônomos e quais saídas buscar

Insegurança. Esta talvez seja a palavra que mais tem perseguido os trabalhadores autônomos durante as medidas de combate e prevenção ao coronavírus. Como são profissionais que exercem atividades por conta própria, muitos têm enfrentando um mar de incertezas e buscado saídas, afinal, as contas não param de chegar e precisam ser pagas em dia.

Caso de Douglas Souza, de 41 anos, que é pedreiro e trabalha com acabamentos. Antes, ele tinha que agendar as demandas que chegavam pela alta procura por seu serviço. Desde o início de março, porém, pegou apenas duas obras, uma de quatro dias e outra de três. Muitas pessoas têm evitado mexer com obras para poupar dinheiro, enquanto outras temem receber os profissionais em casa justamente pelo medo da transmissão do coronavírus. Isso afetou Souza, que é separado, tem três filhos e paga pensão por dois deles.

"Recebo pelo serviço que faço, mas ninguém tem feito nada. Minha renda dependia toda dos serviços que pegava como pedreiro. Mesmo que peçam pra que eu fique em casa, é difícil pra mim. Todo dia 23 eu preciso pagar pensão. Agora, estou correndo atrás do valor para pagar a pensão do mês de abril", comenta.

Souza mora na casa da mãe, que faleceu há cerca de um ano. Uma saída encontrada por ele foi fazer salgados para vender sob encomenda, o que está bem recente e ainda não cobre suas despesas. Ele mora em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, recebe os pedidos por telefone e prepara na quantidade que o cliente deseja.

"Como eu moro sozinho, com pouca coisa eu consigo me manter. Mas chega (conta de) água, luz, e preciso pagar. Tudo transformou. Sendo autônomos, como vamos sobreviver? Agora é esperar o tempo passar e ver se melhora, mas correndo atrás de outras coisas pra ver se consigo arrumar dinheiro. Há mais de 20 anos, eu mexia com salgado. Então me juntei com uma amiga, e começamos a fazer agora. Vendemos por encomenda, mas a venda ainda não está grande", aponta Souza.

Não só a construção civil teve baixas. Sem aulas em instituições públicas e privadas de ensino desde março, Marília Duarte, de 42 anos, teve que encostar a van escolar. A Tia Lila, como é conhecida, transportava em média 60 crianças e adolescentes para creches e escolas diariamente, o que não acontece desde o dia 19 do último mês. Sem trabalhar desde então, alimenta a preocupação por depender integralmente da renda proveniente do trabalho.

"A gente fica insegura porque essa é minha única renda. As contas não param. Vem prestação da van, do apartamento, despesas da casa, gastos com alimentação e saúde. Tenho duas funcionárias no escolar. Uma fica na porta da escola, e a outra fica na van comigo. Combinei com elas de pagar proporcional ao que recebo. Temos combinado, porque também não quero dar prejuízo a elas", conta.

Em contato com a reportagem, Tia Lila afirmou que alguns pais têm pagado a mensalidade, mas outros, não. Ela mora com a filha de 16 anos e já começou a organizar as contas para driblar os reflexos da pandemia. As duas, inclusive, têm pensado em um plano B, caso a situação não melhore.

"Cortei academia, clube, TV a cabo, e temos priorizado as coisas mais importantes, como alimentação, contas de água e luz, por exemplo. Vamos tirando aqui e ali para ver como fica. Sem escola, não tenho renda. Pensei até em ir para o interior, na casa dos meus pais, pelo menos até ver que rumo as coisas vão tomar. É meu plano B. Não consigo segurar porque não tenho poupança. No ano passado, tive problemas de saúde, operei, e foi quando gastei toda a minha reserva", comenta.

Há mais de um mês sem trabalhar, a esteticista Sirlene Maciel encontrou em uma lembrança do passado uma saída em meio à crise. Como clínicas de estética não se enquadram nos chamados "serviços essenciais", ela está impossibilitada de exercer a profissão, mas tem feito máscaras em casa para vender. Sirlene mora com dois filhos e com a avó, de 90 anos. Antes, atendia em uma sala dentro de uma clínica de estética quatro vezes por semana.

"Tem uns 15 dias que comecei a fazer máscara porque vi que não conseguiria ficar parada. Precisava trabalhar pra complementar a renda. Tive a ideia de buscar os moldes e buscar tecido. Eu não sabia costurar. Há muitos anos, morei com uma tia, e ela costurava. Vendo ela costurar, comecei a ter essa noção. Com isso tudo de agora, procurei moldes de máscaras e comecei a fazer", conta. "Tudo foi reduzido aqui em casa. Temos economizado bastante, e pensei nessa forma de ter um dinheiro agora", completa.

De olho no bolso

É inevitável pensar que a pandemia do coronavírus vai afetar a economia mundial, refletindo-se nas rotinas das pessoas. As projeções dos economistas não são muito claras, mas O TEMPO conversou com o consultor financeiro Carlos Eduardo Costa para saber como a vida financeira pode ser organizada neste momento de tanta insegurança. O momento é de manter a calma e buscar saídas para diminuir despesas e aumentar a renda.

- Como organizar a vida financeira neste momento de incertezas?

Carlos Eduardo: Antes de mais nada, é importante que a pessoa tenha consciência das suas contas. Organizar e levantar tudo o que gasta. É importante não ficar na armadilha de pensar que a gente consegue levantar os nossos gastos só na memória. Talvez alguns a gente até consiga, como aquilo que a gente paga só uma vez por mês, como prestação da casa própria, a mensalidade do plano de saúde ou a escola do filho. Mas a maior parte das nossas despesas a gente não faz uma vez só, como ir ao supermercado, à padaria, colocar gasolina. 

É preciso ter um controle maior sobre isso para saber efetivamente para onde nosso dinheiro vai. Quando a receita diminui, temos que privilegiar as despesas essenciais para viver neste momento. Abrir mão daquilo que não é tão fundamental. Claro que nossos gastos são importantes para nós, mas óbvio que tem uns mais e outros menos importantes, e por isso temos que privilegiar o que é mais importante, como alimentação e gastos ligados a moradia. O primeiro passo é um choque na diminuição de despesas.

- E para quem é autônomo?

Carlos Eduardo: É importante pensar se há formas, sendo autônomo, de continuar fazendo o produto ou vendendo o serviço para os clientes. Nesse sentido, as redes sociais podem ser grandes aliadas, como WhatsApp e Instagram. É ver se é possível continuar em contato com o seu público, oferecendo o serviço com novas alternativas de entrega. Se sou autônomo em que o serviço não pode ser prestado agora, uma alternativa é fazer campanhas de vendas antecipadas, de pacotes com desconto, por exemplo, tentando eventualmente até mudar o foco do trabalho. É momento de ser criativo.

- Como buscar saídas?

Carlos EduardoMuitas empresas têm oferecido cursos gratuitos, por exemplo. Como muitas pessoas estão com um tempo mais livre, é interessante buscar mais qualificações para esse novo mercado, até para descobrir uma tarefa nova que pode ser feita. Pode ser interessante caminhar nesse sentido. Acho que, depois dessa pandemia, muitos de nós vamos refletir sobre o consumo também, se realmente é preciso de tudo que achávamos que precisávamos.

- É possível fazer projeções para a nossa economia?

Carlos EduardoDiria que essa é uma pergunta de um milhão de dólares, porque ninguém tem resposta. É algo muito novo, ainda não tínhamos vivido algo assim. O mundo inteiro está sofrendo com as consequências disso. Um ponto é óbvio: as economias serão muito afetadas. Temos projeções de que, neste ano, haverá uma queda de 5% no PIB no Brasil, o que é muito. Nunca tivemos isso.

- Mas como será a recuperação? 

Carlos EduardoAqui entra uma divergência entre economistas. Alguns dizem que será rápida, como num formato de "V", em que a gente cai, bate lá embaixo e volta de novo. Outros esperam algo em formato de "U", em que a gente cai, fica um tempo lá embaixo e sobe. Já outros esperam algo em "L", em que a gente cai e permanece. Tudo depende de como as coisas vão acontecer, e essa é a maior incerteza, porque estamos nos preparando para algo que não sabemos.
 otempo

Damares garante: “Ninguém vai morrer abandonado”

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, tentou tranquilizar a população nesta segunda-feira (13) ao afirmar que “ninguém vai morrer abandonado” no Brasil durante a pandemia. A declaração fazia referência a uma notícia de que idosos morreram abandonados em um asilo na Espanha.

– Isso não vai acontecer no Brasil. Ninguém, nesse momento de crise, vai morrer sozinho, abandonado no Brasil. Porque essa é uma nação acolhedora, esse é um Brasil acolhedor. E essa é uma nação que vai cuidar de todos – garantiu a ministra durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.

Na mesma ocasião, Damares lançou a campanha Brasil Acolhedor, que irá apoiar a população vulnerável durante a Covid-19. Entre as ações do projeto está a distribuição de cestas básicas e itens de higiene pessoal. O público-alvo da iniciativa são idosos, pessoas com deficiência e pessoas em situação de rua.

O Brasil Acolhedor faz parte do projeto Pátria Voluntária, liderado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.

– Por meio da união e da solidariedade, vamos apoiar os mais necessitados. Nós reafirmamos nosso compromisso de não deixar ninguém para trás. Vamos vencer esse desafio juntos – afirmou a primeira-dama. PN

Para evitar contato, ladrão anuncia assalto com bilhete

Um ladrão precavido decidiu anunciar o assalto a um supermercado seguindo as regras de isolamento social: ao invés de falar, ele entregou um bilhete informando o crime. O caso aconteceu em Urupês, em São Paulo.

– Isso é um assalto. Não reaja, não estou sozinho e tem gente te olhando – dizia o bilhete.
A tentativa de assalto não vingou e o criminoso foi preso. Ele e mais dois comparsas foram encaminhados.

Todos irão responder por roubo e associação criminosa.
PN

Coronavírus: número de infectados é quinze vezes maior, aponta estudo

Profissional de saúde conduz teste rápido de paciente no hospital Ronaldo Gazolla, referência em casos de Covid-19 no Rio Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Profissional de saúde conduz teste rápido de paciente no hospital Ronaldo Gazolla, referência em casos de Covid-19 no Rio Foto: Leo Martins / Agência O Globo
O número de casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil supera 313 mil pessoas, segundo uma nova análise de modelagem numérica da Covid-19 — o último boletim do Ministério da Saúde fala em 23.430 casos confirmados. A estimativa foi apresentada ontem pelo portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas e estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), entre outros centros de pesquisa do país. Para a data de 11 de abril, a modelagem estimou haver 313.288 infectados, número mais de 15 vezes maior que o oficial naquela data, de 20.727.

O Brasil é um dos países que menos testam no mundo, embora seja o 14° mais afetado. Se o número de casos subnotificados projetado fosse considerado, seria o segundo do mundo, atrás somente dos EUA, que testam 8.866 pessoas por milhão, enquanto o Brasil faz 296 testes por milhão de habitantes.

Medidas mais rígidas

O grupo, que tem acertado as projeções sobre a doença desde o início da epidemia, também projeta as estimativas de ocupação dos leitos de emergência e de UTIs nos estados. A primeira projeção detalhada, para o Distrito Federal, traça três cenários. Em todos, a situação é dramática.

— O modelo que trabalhamos considera que para os três cenários todos os leitos estão disponíveis no começo da epidemia. Mas, como segundo o próprio Ministério da Saúde informa, estamos em média com uma taxa de ocupação de 75%, e essas previsões podem ser mais dramáticas — observa o especialista em modelagem computacional Domingos Alves, integrante do grupo e líder do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP).

O caos na rede de saúde em São Paulo poderá acontecer ainda mais cedo do que nos demais estados. A análise detalhada não foi realizada ainda para São Paulo, mas, devido ao número de infectados ser muito maior do que o notificado e ao fato de a população ter reduzido o engajamento às medidas de distanciamento social. Alves diz que o cenário é muito negativo.

— Se não houver medidas de distanciamento mais restritivas e o isolamento for reduzido, a cidade de São Paulo poderá ver o colapso de sua rede hospitalar já na próxima segunda-feira. Em Manaus, a rede já colapsou, a taxa de hospitalização está muito acima da capacidade de atendimento — afirma Alves.

O Maranhão, a despeito do número pequeno de casos notificados, é o estado que tem a maior discrepância com as projeções de casos subnotificados, em torno de 5.177,91%, segundo o estudo. No Rio de Janeiro, essa diferença foi estimada em 1.427,5%. Em São Paulo, 1.496,31%. E no Amazonas, 3.745,62%.

Para estimar o número de casos subnotificados de infecção por coronavírus no Brasil, os pesquisadores fizeram uma modelagem reversa para superar a colossal falta de dados sobre a doença no país devido à falta de testagem em massa. Os cientistas usaram como base de cálculo o número de mortes notificadas. Embora estas também sejam subnotificadas, é o indicador mais consolidado no país, explicou o cientista Rodrigo Gaete. Eles aplicaram a taxa de letalidade da Coreia do Sul e ajustaram os números à pirâmide etária do Brasil. A Coreia do Sul foi escolhida porque o país é um dos poucos com dados consolidados sobre testagem em massa desde os primeiros casos.

A modelagem numérica empregou ainda um ajuste no cálculo da letalidade proposto por cientistas chineses na revista Lancet e considerado o mais acurado. O ajuste foi feito para levar em conta o período entre o registro do óbito e a confirmação de caso. Se considerou para cálculo da taxa de letalidade a data em que a pessoa teria adoecido e não a em que morreu.

Com isso, para o cálculo, a data foi fixada em dez dias antes do registro, uma vez que os testes no Brasil têm sido realizados já em processo de agravamento da doença e não nos sintomas iniciais. No fim, a taxa de mortalidade real para o Brasil seria de 1,08%, muito menor que a de 5,7% registrada oficialmente.

— O número de mortos ainda assim é enorme, e deve ser ainda maior, porque o número real de infectados é muito grande — salienta Gaete.
Considerando o número de 1.124 óbitos em 11 de abril e o valor ajustado estimado de população infectada, de dez dias antes, naquela data, dia 1° de abril, haveria 104.368 brasileiros com coronavírus, em vez dos 6.836 casos notificados. Isso dá um percentual de 93,45% de subnotificação.

‘Testes são essenciais’

Gaete acredita que Manaus vive o caos agora porque olhou para os números errados no início da epidemia.

— Quando se pensava que tinha cerca de mil pessoas com o coronavírus, na verdade, já existiam 40 mil. Por isso, testes são essenciais, e o Brasil precisa desesperadamente fazer isolamento social se quiser evitar o colapso da rede de saúde e o caos — destaca o pesquisador.

Alves diz que as medidas de distanciamento social tomadas por Rio de Janeiro e São Paulo ajudaram a evitar que o pico da doença acontecesse em abril e a ganhar algum tempo, mas não o suficiente para os estados se prepararem. Ele observa que, conforme afirmou o ministro Luiz Henrique Mandetta ao Fantástico, anteontem, o pico dos casos deve acontecer em maio e junho, e haverá uma explosão de mortes, se o número de infecções continuar a crescer devido à redução do isolamento social daqueles que podem ficar em casa:

— Teremos em muitas cidades um cenário como o de Guaiaquil, no Equador, com pessoas mortas em casa e corpos nas ruas, porque os hospitais estarão lotados.
oglobo

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Caixa libera cronograma de saque do auxílio emergencial para trabalhadores informais | Saque em espécie só no final do mês, entenda!

Fila para receber o auxílio emergencial em SP. Foto: Fotoarena / Agência O Globo
Fila para receber o auxílio emergencial em SP. Foto: Fotoarena / Agência O Globo
 
A Caixa Econômica Federal divulgou, nesta segunda-feira, o cronograma de saque do auxílio emergencial de R$ 600 para os trabalhadores informais -  que não estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e fizeram o cadastramento no aplicativo do banco.  De acordo com o calendário, eles poderão procurar as agências da Caixa e rede de lotéricas para retirar o dinheiro a partir do dia 27 de abril,  para os nascidos em janeiro e fevereiro.

A partir de 28 de abril, será a vez dos nascidos em março e abril; 29 de abril (nascidos em maio e junho); 30 de abril (nascidos julho e agosto); 04 de maio (nascidos em setembro e outubro) e 05 de maio (nascidos em novembro e dezembro). Segundo a Caixa, o objetivo do cronograma é evitar aglomerações, o que não é recomendado por causa da pandemia do coronavírus.
 
A Caixa iniciará, nesta semana, uma nova rodada de pagamento do auxílio para 9,426 milhões de trabalhadores inscritos no cadastro do governo, no valor total de R$ 4,7 bilhões. Na quinta-feira, o banco efetuou o crédito para 2,5 milhões de informais que têm conta no Banco do Brasil (BB) e na Caixa, totalizando R$ 1,5 bilhão.
 
Para quem não tem conta em banco e fez a autodeclaração, a Caixa informou que abrirá nesta semana 6,6 milhões de contas poupança digitais para efetuar o crédito do benefício. Com isso, esses trabalhadores já  poderão movimentar os recursos, fazer transferências bancárias ou pagar contas por meio de um outro aplicativo de celular, ‘Caixa Tem”, sem custos.  No entanto, para sacar o dinheiro em espécie será preciso cumprir o cronograma de pagamento.
 
No caso da poupança digital, os créditos serão feitos em contas do  BB e na Caixa, entre terça-feira e sexta-feira desta semana, conforme a data de nascimento. Primeiro, serão beneficiados nascidos em janeiro e por último, em setembro, outubro, novembro e dezembro.

A Caixa já recebeu  34,3 milhões de cadastros de trabalhadores para receber o auxílio, de acordo com o último balanço. O crédito na conta poupança será feito de forma gradual, à medida em que os dados fornecidos na autodeclaração forem checados pela Dataprev, estatal encarregada por fazer o cruzamento das informações e mapear quem tem direito de receber o benefício. 
 
Os trabalhadores que estão inscritos no cadastro do governo e têm conta no BB e na Caixa vão receber a segunda parcela do auxílio  a partir dos dias 27, 28, 29 e 30 de abril, de acordo com o mês de nascimento. A terceira parcela, a partir dos dias 26, 27, 28 e 29 de maio.

Já para os beneficiários do Bolsa Família, o cronograma de pagamento será mantido: entre 16 e 30 de abril;18 e 30 de maio e 17 e 30 de junho. Os valores vão variar entre R$ 600, R$ 1,2 mil e R$ 1,8 mil. Fonte: oglobo