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terça-feira, 14 de abril de 2020

#Verificamos: Homens em vídeos contra problemas econômicos da quarentena não são o ‘dono do Carrefour’ Por Maurício Moraes

Circulam pelas redes sociais dois vídeos com depoimentos que criticam os problemas econômicos causados pelas medidas adotadas para enfrentar a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Eles falam sobre o impacto dessas decisões sobre os trabalhadores, como demissões e o corte de salários causados pela paralisação de atividades econômicas. As gravações mostram dois homens diferentes, que são identificados como o “dono do Carrefour”. Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:
“Dono da Rede Atacadão Carrefour Falou a Verdade.👏👏👏”
Legenda de vídeo no Facebook que, até as 18h30 de 31 de março de 2020, tinha mais de 68 mil compartilhamentos
A informação analisada pela Lupa é falsa. Logo no início do vídeo aparece o nome do homem que está na gravação. Trata-se de Adair Tessari, pastor evangélico e terceiro sargento da Polícia Militar de Santa Catarina, transferido para a reserva remunerada em 2016. Em sua página no Facebook, ele costuma divulgar vídeos com mensagens religiosas. A gravação em que posts o identificaram como “dono do Carrefour” foi publicada originalmente em 25 de março. Nela, Tessari critica o “sofrimento generalizado” causado pela pandemia, especialmente para os trabalhadores, e defende o corte de salários e benefícios de todos os políticos por seis meses para enfrentar a crise.

A assessoria de imprensa do Carrefour afirmou, em nota, que Tessari não é dono da rede de supermercados. O grupo Carrefour é uma empresa multinacional que tem a família Moulin, dona das Galerias Lafayette, na França, como maior controladora, com 9,86% de participação, segundo o site MarketScreener. Em segundo lugar está a família Diniz, do brasileiro Abílio Diniz, com 7,44%.
“Dono do Carrefour”
Legenda de vídeo no Facebook que, até as 18h30 de 31 de março de 2020, tinha mais de 68 mil compartilhamentos
A informação analisada pela Lupa é falsa. O homem que aparece no vídeo é Ricardo Diniz, dono do Atacado Diniz, que vende produtos para confeitaria e panificação em Jarinu, no interior de São Paulo.
A versão original da gravação foi compartilhada por Renne Diniz, filho do empresário, em seu perfil pessoal no Facebook. “Desabafo do meu pai Ricardo Diniz, um empresário no Brasil – 26/03/2020. 

Não podemos deixar o país quebrar, se continuarmos 100% parados, milhares vão morrer”, escreveu, no post. Nas imagens, ele diz que vai demitir funcionários por conta das medidas tomadas contra o novo coronavírus.

A assessoria do Carrefour afirmou, em nota, que Diniz não é dono da rede de supermercados. A rede informou também que não realizou demissões, mas abriu processo seletivo para a contratação de 5 mil funcionários em todo o país, por conta do aumento da demanda nas suas lojas causado pela pandemia de Covid-19. Há vagas para operador de loja, auxiliar de perecíveis, agente de prevenção, recepcionista de caixa, padeiro, peixeiro, técnico em manutenção, açougueiro, operador de centro de distribuição e vendedor de eletrodomésticos.

Uma versão anterior desta checagem foi feita pelo Boatos.org.
Nota:‌ ‌esta‌ ‌reportagem‌ ‌faz‌ ‌parte‌ ‌do‌ ‌‌projeto‌ ‌de‌ ‌verificação‌ ‌de‌ ‌notícias‌‌ ‌no‌ ‌Facebook.‌ ‌Dúvidas‌ sobre‌ ‌o‌ ‌projeto?‌ ‌Entre‌ ‌em‌ ‌contato‌ ‌direto‌ ‌com‌ ‌o‌ ‌‌Facebook‌.
Editado por: Chico Marés

Veja como tirar o CPF sem sair de casa para receber auxílio emergencial de R$ 600

A Receita Federal passa a emitir, a partir desta terça-feira (14), o CPF (Cadastro de Pessoa Física) por email, sem custo para o contribuinte. A medida foi anunciada na segunda (13) em virtude da pandemia de coronavírus.

Além de impedir que o cidadão vá até um posto da Receita ou a agências da Caixa, do Banco do Brasil e dos Correios, evitando aglomerações, a iniciativa também facilita a vida de mães que precisam tirar do CPF dos filhos para receber o auxílio emergencial do governo federal.

No caso das mulheres que são chefes de família, o governo paga R$ 1.200. Para os demais, há direito a um auxílio de R$ 600. No entanto, para conseguir a verba, elas precisam informar os dados dos filhos, incluindo o CPF, senão não conseguem ter o dinheiro.

Para conseguir a emissão do documento, há um email específico, conforme a região do país onde o contribuinte mora. Quem mora no estado de São Paulo deve enviar a solicitação ao email atendimentorfb.08@rfb.gov.br. É preciso informar no assunto o tipo de pedido, que, neste caso, é "Emissão de CPF".

Também é necessário enviar os seguintes documentos:
-RG atualizado (para maiores de 16 anos); se o RG não estiver atualizado, poderá ser enviada a certidão de nascimento. Também são aceitos carteira de trabalho, passaporte ou outro documento oficial de identificação que comprove naturalidade, filiação e data de nascimento;

-RG ou certidão de nascimentos (para menores de 16 anos);

-RG do pai, mãe ou responsável (tutor ou guardião judicial) no caso dos menores de 16 anos. Se quem for fazer o documento é responsável, será necessário enviar também o termo de tutela ou guarda. Também são aceitos carteira de trabalho, passaporte ou outro documento oficial de identificação que comprove naturalidade, filiação e data de nascimento;

-Título de eleitor (caso o contribuinte tenha);

-Comprovante de endereço;

-Foto de rosto (selfie) de quem vai tirar o CPF ou de seu responsável, segurando o documento de identidade aberto (frente e verso), onde deverá aparecer a fotografia e o número do documento legível

Antes, apenas cidadãos entre 16 e 25 anos com o título de eleitor em dia conseguiam o CPF pela internet. Para ter o documento dos menores de 16 anos, era preciso ir até a Receita ou a uma agência da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil ou dos Correios e pagar uma taxa de R$ 7.

Como regularizar as pendências no CPF

As falhas no CPF também estão impedindo que cidadãos com direito ao auxílio emergencial de R$ 600 não consigam concluir a inscrição no aplicativo Caixa | Auxílio Emergencial ou no site auxilio.caixa.gov.br.

Os problemas podem envolver falhas eleitorais para quem não votou nem justificou, além de divergências entre os dados informados pelo cidadão no aplicativo e os que constam no cadastro da Receita Federal. Segundo a Receita, dados como data de nascimento, nome do próprio cidadão e da nome da mãe devem estar iguais ao do CPF para que a inscrição no aplicativo da Caixa dê certo.

A regularização do CPF pode ser feita a distância, sem que seja necessário ir até uma agência da Receita Federal. O serviço está sendo oferecido pela internet e também por email. De acordo com o fisco, este serviço funciona por 24 horas no sete dias da semana. 
otempo

Associação de procuradores entra na Justiça contra Aras após decisão de blindar Bolsonaro

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) entrará com uma ação na Justiça contra a decisão do procurador-geral da República, Augusto Aras, de centralizar todas as demandas relativas ao coronavírus na PGR. Antes, os pedidos das demais instâncias do Ministério Público eram enviados diretamente aos ministérios.

De acordo com a ANPR, a medida de Aras é “raríssima” nos 46 anos de existência da PGR. Além disso, procuradores dizem que decisão fere a independência funcional dos investigadores do órgão.

Em um dos ofícios, por exemplo, endereçado ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Aras pede o “reencaminhamento das referidas recomendações a este Gabinete Integrado [grupo executivo criado no MPF] para que proceda ao exame da matéria, preservando-se as atribuições dos órgãos superiores do Ministério Público Federal”.

O que preocupa a entidade representativa do MPF, de acordo com entrevista concedida à revista Veja, é justamente a parte do texto em que Aras cita o “exame da matéria”. 

“A lei não ampara qualquer tipo de hierarquia sobre as recomendações que são enviadas pelos membros do Ministério Público com atuação no primeiro grau. Em nenhuma hipótese. São os colegas que atuam na ponta, conhecendo a realidade local, que podem adotar medida rápida tentando solucionar essas questões de forma extrajudicial”, diz Fábio George, presidente da ANPR.
Fórum

'Julgo que o presidente não deve trocar o ministro neste momento', diz Mourão

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (14) que julga que o presidente Jair Bolsonaro não deve trocar o ministro da Saúde, Henrique Mandetta. A declaração foi feita em conversa pela internet com jornalistas do "Estado de S. Paulo", na qual ele também rejeitou o uso do dinheiro do fundo eleitoral e do fundo partidário no combate ao coronavírus e minimizou as manifestações favoráveis ao fim do isolamento no país.

"O que ocorre é que isso (a decisão sobre o futuro de Mandetta) é uma decisão pessoal do presidente da República. Os ministros são escolhidos por ele e permanecem até o momento em que perdem a confiança do presidente. Mas acho que existe no presente momento muita especulação, muito ti-ti-ti. (...) Julgo que o presidente não deve trocar o ministro nesse momento. Não seria favorável", resumiu Mourão.

"Diante do trabalho que vem sendo feito (pelo ministro), julgo que cabe muito mais a uma conversa, chamar ele, (dizer:) 'vamos acertar aqui a passada, você tem a sua opinião e eu tenho a minha..."
Apesar disso, Mourão afirmou que Mandetta "cruzou a linha da bola", fazendo uma referência a uma falta grave no pólo, passível de levar um cartão de advertência.

Na entrevista, Mourão disse que o uso do fundo eleitoral e do fundo partidário no combate ao coronavírus não vai resolver o problema. "Não digo que é uma gota, mas é meia xícara, vamos dizer assim", comparou.

"A eleição tem que correr esse ano. Tem que andar", realçou, ao dizer que os recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral devem ser aplicados na função a que se destinam.

Mourão disse que acha que é melhor que os partidos, por conta própria, fizessem ações de doações dos recursos, o que hoje é proibido.

O vice-presidente também avaliou que as manifestações contra o fim do isolamento no país, incentivadas pelo presidente, são "pouco expressivas no conjunto da Nação". E que quem protesta hoje na rua é a a "turma do isolamento Zona Sul", que recebe comida por delivery, continua com renda e está incomodada por "estar com sua vida compactada". "Não vimos a favela descer  em peso para protestar que eles estão presos lá", disse, afirmando que isso seria muito mais preocupado.

O vice-presidente ainda ironizou as críticas feitas pela ala ideológica comandada por Olavo de Carvalho e as fake news que inundam a internet. Mourão disse que é atacado com frequência e que precisa aprender a lidar com isso.

"Eu particularmente não dou bola. Se perguntar quantas pessoas me xingaram, me atacaram, me chamaram de comunista... Inclusive, quando me chamam de comunista, eu digo: 'Particularmente eu admiro mais os trotskistas'", ironizou. otempo

Queiroz reaparece e diz a amigo: "Serei eternamente grato, entendeu?"


Ex-assessor de Flávio Bolsonaro passou por cirurgia no mês passado ./VEJA
“Valeu, valeu, meu irmãozão. Obrigado por tudo aí, tá? Gratidão não prescreve, cara, não prescreve mesmo. O que você está fazendo pelas minhas filhas aí, cara, não tem preço. Serei eternamente grato, entendeu?”, diz.
OUÇA O ÁUDIO DE QUEIROZ

No mesmo áudio, o ex-policial mostra preocupação com o surto de coronavírus em São Paulo, mas acredita que, assim como ele, os brasileiros vão conseguir atravessar esse momento difícil. “Amanhã, estou me submetendo a essa cirurgia grande aí, anestesia geral, entendeu. Esse problema aqui em São Paulo está demais também, de coronavírus. Se Deus quiser, vou sair dessa aí, e todo o povo brasileiro também, né, irmão? A gente se vê. Assim que eu terminar a cirurgia, eu recuperar, eu ligo para você.

Forte abraço.” O amigo não foi identificado. VEJA também obteve imagens do ex-policial captadas no dia em que ele se submeteu à cirurgia para a retirada da próstata.

A gratidão de Queiroz interessa a altas autoridades da República. O ex-policial militar ganhou notoriedade depois de o órgão de inteligência financeira do governo – o antigo Coaf, rebatizado de UIF – detectar que ele movimentou uma dinheirama incompatível com sua remuneração mensal quando trabalhava no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Entre 2014 e 2015, foram 5,8 milhões de reais. 



 
Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, mais 1,2 milhão de reais. O relatório também registrou que Queiroz depositou 24.000 reais na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A reação inicial do presidente foi admitir que era amigo de Queiroz e dizer que o dinheiro repassado a Michele fazia parte do pagamento de um empréstimo que o próprio Bolsonaro havia concedido ao amigo de longa data. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o caso. 
 
Desde então, há um esforço nos bastidores para manter Queiroz escondido – e calado – até que seus advogados e os de Flávio Bolsonaro consigam suspender ou arquivar o caso na Justiça. 

A ofensiva nesse sentido é incessante e abrange da primeira instância ao Supremo Tribunal Federal (STF). No último dia 11 de março, a desembargadora Suimei Cavalieri, do Tribunal de Justiça do Rio, suspendeu a investigação da rachadinha a pedido da defesa de Flávio Bolsonaro. 

Menos de duas semanas depois, Suimei derrubou a sua própria decisão. O recuo da magistrada deixou o entorno de Bolsonaro preocupado. 

Pessoas próximas ao presidente temem que a Justiça do Rio, aproveitando-se da debilidade demonstrada pelo mandatário na crise do coronavírus, decrete alguma medida contra Queiroz e seus familiares, como uma prisão preventiva. Isso, alegam os bolsonaristas, poderia levá-lo a ser cooptado por adversários do presidente, que o obrigariam a testemunhar contra Jair e Flávio Bolsonaro.


Queiroz é peça central na investigação do esquema da ‘rachadinha’ ./VEJA
Como se sabe, a primeira-família da República debita tudo na conta das grandes conspirações contra ela. A investigação da rachadinha, por exemplo, seria uma armação do governador do Rio, Wilson Witzel, com o objetivo de impedir a reeleição de Bolsonaro. Há um problema de origem nessa tese. 

O relatório do Coaf sobre Queiroz é de janeiro de 2018. Jair e Flávio tomaram conhecimento do documento entre o primeiro e o segundo turnos daquela eleição, quando decidiram exonerar o faz-tudo da família. Naquela época, reta final da campanha, o filho mais velho do presidente trabalhava pela eleição justamente de Witzel, que hoje sim é um rival da família. Até as transações suspeitas serem detectadas, Queiroz era um mandachuva no gabinete de Flávio na Assembleia do Rio. 

Tinha poder para contratar quem bem entendesse. Em contrapartida, segundo a investigação, recolhia parte dos salários dos servidores. Foi ele quem empregou a mãe e a ex-mulher do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega no gabinete. 

Morto numa operação policial realizada em janeiro, Adriano era acusado de chefiar um grupo de extermínio que atuava para uma milícia. Na década passada, quando respondia por homicídio, foi defendido por Jair e Flávio Bolsonaro, que dispensaram a ele a alcunha de herói.

O outrora poderoso Queiroz também empregou no gabinete de Flávio duas filhas, Evelyn e Nathália, que lhe devolviam parte do que recebiam como salário. São a elas que ele faz menção no áudio. É de um futuro tranquilo para elas que depende a sua gratidão. 
Por Daniel Pereira
(Com informações Veja)

Coronavírus: como a pandemia afeta profissionais autônomos e quais saídas buscar

Insegurança. Esta talvez seja a palavra que mais tem perseguido os trabalhadores autônomos durante as medidas de combate e prevenção ao coronavírus. Como são profissionais que exercem atividades por conta própria, muitos têm enfrentando um mar de incertezas e buscado saídas, afinal, as contas não param de chegar e precisam ser pagas em dia.

Caso de Douglas Souza, de 41 anos, que é pedreiro e trabalha com acabamentos. Antes, ele tinha que agendar as demandas que chegavam pela alta procura por seu serviço. Desde o início de março, porém, pegou apenas duas obras, uma de quatro dias e outra de três. Muitas pessoas têm evitado mexer com obras para poupar dinheiro, enquanto outras temem receber os profissionais em casa justamente pelo medo da transmissão do coronavírus. Isso afetou Souza, que é separado, tem três filhos e paga pensão por dois deles.

"Recebo pelo serviço que faço, mas ninguém tem feito nada. Minha renda dependia toda dos serviços que pegava como pedreiro. Mesmo que peçam pra que eu fique em casa, é difícil pra mim. Todo dia 23 eu preciso pagar pensão. Agora, estou correndo atrás do valor para pagar a pensão do mês de abril", comenta.

Souza mora na casa da mãe, que faleceu há cerca de um ano. Uma saída encontrada por ele foi fazer salgados para vender sob encomenda, o que está bem recente e ainda não cobre suas despesas. Ele mora em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, recebe os pedidos por telefone e prepara na quantidade que o cliente deseja.

"Como eu moro sozinho, com pouca coisa eu consigo me manter. Mas chega (conta de) água, luz, e preciso pagar. Tudo transformou. Sendo autônomos, como vamos sobreviver? Agora é esperar o tempo passar e ver se melhora, mas correndo atrás de outras coisas pra ver se consigo arrumar dinheiro. Há mais de 20 anos, eu mexia com salgado. Então me juntei com uma amiga, e começamos a fazer agora. Vendemos por encomenda, mas a venda ainda não está grande", aponta Souza.

Não só a construção civil teve baixas. Sem aulas em instituições públicas e privadas de ensino desde março, Marília Duarte, de 42 anos, teve que encostar a van escolar. A Tia Lila, como é conhecida, transportava em média 60 crianças e adolescentes para creches e escolas diariamente, o que não acontece desde o dia 19 do último mês. Sem trabalhar desde então, alimenta a preocupação por depender integralmente da renda proveniente do trabalho.

"A gente fica insegura porque essa é minha única renda. As contas não param. Vem prestação da van, do apartamento, despesas da casa, gastos com alimentação e saúde. Tenho duas funcionárias no escolar. Uma fica na porta da escola, e a outra fica na van comigo. Combinei com elas de pagar proporcional ao que recebo. Temos combinado, porque também não quero dar prejuízo a elas", conta.

Em contato com a reportagem, Tia Lila afirmou que alguns pais têm pagado a mensalidade, mas outros, não. Ela mora com a filha de 16 anos e já começou a organizar as contas para driblar os reflexos da pandemia. As duas, inclusive, têm pensado em um plano B, caso a situação não melhore.

"Cortei academia, clube, TV a cabo, e temos priorizado as coisas mais importantes, como alimentação, contas de água e luz, por exemplo. Vamos tirando aqui e ali para ver como fica. Sem escola, não tenho renda. Pensei até em ir para o interior, na casa dos meus pais, pelo menos até ver que rumo as coisas vão tomar. É meu plano B. Não consigo segurar porque não tenho poupança. No ano passado, tive problemas de saúde, operei, e foi quando gastei toda a minha reserva", comenta.

Há mais de um mês sem trabalhar, a esteticista Sirlene Maciel encontrou em uma lembrança do passado uma saída em meio à crise. Como clínicas de estética não se enquadram nos chamados "serviços essenciais", ela está impossibilitada de exercer a profissão, mas tem feito máscaras em casa para vender. Sirlene mora com dois filhos e com a avó, de 90 anos. Antes, atendia em uma sala dentro de uma clínica de estética quatro vezes por semana.

"Tem uns 15 dias que comecei a fazer máscara porque vi que não conseguiria ficar parada. Precisava trabalhar pra complementar a renda. Tive a ideia de buscar os moldes e buscar tecido. Eu não sabia costurar. Há muitos anos, morei com uma tia, e ela costurava. Vendo ela costurar, comecei a ter essa noção. Com isso tudo de agora, procurei moldes de máscaras e comecei a fazer", conta. "Tudo foi reduzido aqui em casa. Temos economizado bastante, e pensei nessa forma de ter um dinheiro agora", completa.

De olho no bolso

É inevitável pensar que a pandemia do coronavírus vai afetar a economia mundial, refletindo-se nas rotinas das pessoas. As projeções dos economistas não são muito claras, mas O TEMPO conversou com o consultor financeiro Carlos Eduardo Costa para saber como a vida financeira pode ser organizada neste momento de tanta insegurança. O momento é de manter a calma e buscar saídas para diminuir despesas e aumentar a renda.

- Como organizar a vida financeira neste momento de incertezas?

Carlos Eduardo: Antes de mais nada, é importante que a pessoa tenha consciência das suas contas. Organizar e levantar tudo o que gasta. É importante não ficar na armadilha de pensar que a gente consegue levantar os nossos gastos só na memória. Talvez alguns a gente até consiga, como aquilo que a gente paga só uma vez por mês, como prestação da casa própria, a mensalidade do plano de saúde ou a escola do filho. Mas a maior parte das nossas despesas a gente não faz uma vez só, como ir ao supermercado, à padaria, colocar gasolina. 

É preciso ter um controle maior sobre isso para saber efetivamente para onde nosso dinheiro vai. Quando a receita diminui, temos que privilegiar as despesas essenciais para viver neste momento. Abrir mão daquilo que não é tão fundamental. Claro que nossos gastos são importantes para nós, mas óbvio que tem uns mais e outros menos importantes, e por isso temos que privilegiar o que é mais importante, como alimentação e gastos ligados a moradia. O primeiro passo é um choque na diminuição de despesas.

- E para quem é autônomo?

Carlos Eduardo: É importante pensar se há formas, sendo autônomo, de continuar fazendo o produto ou vendendo o serviço para os clientes. Nesse sentido, as redes sociais podem ser grandes aliadas, como WhatsApp e Instagram. É ver se é possível continuar em contato com o seu público, oferecendo o serviço com novas alternativas de entrega. Se sou autônomo em que o serviço não pode ser prestado agora, uma alternativa é fazer campanhas de vendas antecipadas, de pacotes com desconto, por exemplo, tentando eventualmente até mudar o foco do trabalho. É momento de ser criativo.

- Como buscar saídas?

Carlos EduardoMuitas empresas têm oferecido cursos gratuitos, por exemplo. Como muitas pessoas estão com um tempo mais livre, é interessante buscar mais qualificações para esse novo mercado, até para descobrir uma tarefa nova que pode ser feita. Pode ser interessante caminhar nesse sentido. Acho que, depois dessa pandemia, muitos de nós vamos refletir sobre o consumo também, se realmente é preciso de tudo que achávamos que precisávamos.

- É possível fazer projeções para a nossa economia?

Carlos EduardoDiria que essa é uma pergunta de um milhão de dólares, porque ninguém tem resposta. É algo muito novo, ainda não tínhamos vivido algo assim. O mundo inteiro está sofrendo com as consequências disso. Um ponto é óbvio: as economias serão muito afetadas. Temos projeções de que, neste ano, haverá uma queda de 5% no PIB no Brasil, o que é muito. Nunca tivemos isso.

- Mas como será a recuperação? 

Carlos EduardoAqui entra uma divergência entre economistas. Alguns dizem que será rápida, como num formato de "V", em que a gente cai, bate lá embaixo e volta de novo. Outros esperam algo em formato de "U", em que a gente cai, fica um tempo lá embaixo e sobe. Já outros esperam algo em "L", em que a gente cai e permanece. Tudo depende de como as coisas vão acontecer, e essa é a maior incerteza, porque estamos nos preparando para algo que não sabemos.
 otempo

Damares garante: “Ninguém vai morrer abandonado”

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, tentou tranquilizar a população nesta segunda-feira (13) ao afirmar que “ninguém vai morrer abandonado” no Brasil durante a pandemia. A declaração fazia referência a uma notícia de que idosos morreram abandonados em um asilo na Espanha.

– Isso não vai acontecer no Brasil. Ninguém, nesse momento de crise, vai morrer sozinho, abandonado no Brasil. Porque essa é uma nação acolhedora, esse é um Brasil acolhedor. E essa é uma nação que vai cuidar de todos – garantiu a ministra durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.

Na mesma ocasião, Damares lançou a campanha Brasil Acolhedor, que irá apoiar a população vulnerável durante a Covid-19. Entre as ações do projeto está a distribuição de cestas básicas e itens de higiene pessoal. O público-alvo da iniciativa são idosos, pessoas com deficiência e pessoas em situação de rua.

O Brasil Acolhedor faz parte do projeto Pátria Voluntária, liderado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.

– Por meio da união e da solidariedade, vamos apoiar os mais necessitados. Nós reafirmamos nosso compromisso de não deixar ninguém para trás. Vamos vencer esse desafio juntos – afirmou a primeira-dama. PN